FAB confirma à CNN renegociação do cronograma; última das 36 aeronaves deve ficar para o início da próxima década

A entrega dos caças Gripen E/F para a Força Aérea Brasileira (FAB) enfrentará atrasos devido à escassez de recursos orçamentários. O contrato inicial, firmado em 2014 com a fabricante sueca Saab, prevê a entrega de 36 aeronaves, sendo que a última unidade, antes esperada para 2027, deve agora ser adiada para o início da próxima década, de acordo com fontes do governo brasileiro.

Até agora, oito caças foram entregues à FAB, todos do modelo E (monoposto), enquanto a versão F (biposto), destinada a treinamento e missões especializadas, ainda está por vir. O contrato totalizou 39,8 bilhões de coroas suecas (cerca de R$ 21 bilhões), mas a limitação do orçamento disponível para o projeto está forçando uma renegociação dos prazos de entrega com a Saab.

A FAB confirmou que está renegociando o cronograma de entregas, destacando que ele depende da disponibilidade orçamentária, que tem sido inferior ao necessário para cumprir os prazos iniciais. A partir de 2020, os valores efetivamente desembolsados começaram a divergir dos montantes previstos, o que contribuiu para a necessidade de ajuste do cronograma.

O governo brasileiro tem discutido a possibilidade de adquirir caças usados para compensar o atraso nas entregas do Gripen e substituir os caças F-5, que estão próximos do fim de sua vida útil. Entre as opções consideradas estão os modelos Gripen C/D e F-16 Fighting Falcon de segunda mão, que podem ser mais econômicos, custando até um terço do valor de aeronaves novas.

Entretanto, a FAB não tomou uma decisão final sobre a compra de caças usados, afirmando que todas as alternativas estão sendo avaliadas conforme as necessidades operacionais e os recursos disponíveis. A ideia de um aditivo de 25% ao contrato com a Saab, para incluir mais 12 a 15 aeronaves novas, perdeu força diante das restrições orçamentárias.

O cenário atual tem gerado críticas de especialistas sobre o impacto do atraso nas entregas dos novos caças e a necessidade de modernização da frota aérea brasileira. Com a vida útil dos F-5 se aproximando do fim, a FAB e o governo enfrentam o desafio de manter a capacidade operacional enquanto equilibram as limitações financeiras.

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