Na madrugada de 26 de outubro, aviões israelenses realizaram uma série de ataques aéreos sobre o Irã, mirando alvos militares específicos em vez de instalações petrolíferas ou nucleares, sugerindo uma resposta medida ao ataque iraniano com mísseis em 1º de outubro. A operação durou cerca de quatro horas e atingiu aproximadamente 20 alvos, segundo fontes israelenses.

Autoridades iranianas minimizaram os danos, relatando a morte de dois soldados da defesa aérea, o que indica que sistemas antiaéreos foram atingidos. Apesar de o Irã afirmar que a maioria dos mísseis foi interceptada, analistas israelenses acreditam que o ataque pode ter comprometido significativamente as defesas aéreas iranianas, expondo-as a futuros ataques.

A administração Biden pressionou Israel para evitar uma resposta massiva, preocupada com o potencial de intensificar os conflitos já existentes em Gaza e no Líbano. Em resposta ao lançamento de quase 200 mísseis pelo Irã, Israel decidiu por um ataque moderado, que não obrigasse Teerã a retaliar de forma agressiva.

Israel buscou limitar as baixas e os danos para permitir que o Irã contivesse a situação, de acordo com fontes israelenses. Analistas observam que o ataque coloca o regime iraniano em um dilema: responder militarmente ou declarar o conflito encerrado para preservar sua imagem de força.

O presidente dos EUA e sua equipe de segurança nacional, que monitoraram a situação durante os ataques, expressaram otimismo de que Israel encontrou um equilíbrio, realizando uma ação direcionada e proporcional. O ataque buscou minimizar riscos de escalada, segundo autoridades americanas.

Especialistas israelenses, no entanto, acreditam que a operação foi limitada, possivelmente devido à proximidade das eleições americanas, mas indicam que Israel pode considerar ações mais amplas após o pleito. O objetivo estratégico seria eliminar a capacidade nuclear iraniana no longo prazo.

VÍDEO: Força Aérea de Israel ataca o Irã

Israel informou a Casa Branca antes dos ataques e manteve a comunicação durante a operação. Os EUA não participaram, mas estão prontos para auxiliar caso o Irã contra-ataque. Nos últimos meses, os EUA enviaram unidades avançadas de defesa aérea para apoiar Israel.

A coordenação com os EUA foi elogiada por Israel, que também recebeu apoio do Reino Unido, ressaltando o direito de autodefesa. No entanto, críticos israelenses argumentam que Israel deveria ter aproveitado a oportunidade para atingir infraestrutura nuclear e econômica do Irã.

Embora alguns líderes de oposição tenham pedido uma resposta mais forte, o ataque serviu para testar a capacidade de defesa do Irã. A reação de Hezbollah, aliado do Irã, foi limitada até o momento, com disparos de cerca de 80 projéteis contra Israel, embora o grupo tenha lançado centenas em outras ocasiões.

FONTE: The Washington Post

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