Bombardeiros furtivos dos EUA atacam depósitos de armas dos Houthis no Iêmen
Bombardeiros furtivos B-2 da Força Aérea dos EUA atacaram cinco instalações subterrâneas de armas controladas pela milícia Houthi no Iêmen, em uma ação que pode ser vista como um sinal indireto à Irã. Esse ataque faz parte de uma estratégia dos EUA para enfraquecer a capacidade dos Houthis de ameaçar o fluxo de comércio no Mar Vermelho e no Golfo de Áden.
O Secretário de Defesa Lloyd J. Austin III explicou que o presidente Biden ordenou os ataques para impedir os Houthis de realizar ações que poderiam afetar a navegação internacional. Embora Austin não tenha mencionado o Irã diretamente, o uso de bombardeiros B-2, que são capazes de atingir instalações profundamente enterradas, levanta especulações sobre o recado indireto à Teerã, em meio à crescente tensão entre Israel e o Irã.
A utilização dos bombardeiros B-2 demonstra a capacidade dos EUA de atacar alvos altamente protegidos, independentemente de quão profundamente estejam enterrados ou fortificados. Austin ressaltou que essa operação foi uma prova da habilidade dos EUA de realizar ataques precisos em qualquer parte do mundo, a qualquer momento, quando necessário.
O Comando Central dos EUA informou que unidades da Marinha também participaram da operação, que visou neutralizar armas avançadas usadas para atacar navios militares e civis em águas internacionais. Este ataque é parte de uma série de operações contra os Houthis, que têm ameaçado a navegação internacional desde o ano passado.
VÍDEO: B-2 Spirit lançando a MOP
Bombardeios contra instalações subterrâneas reforçadas geralmente exigem o uso de bombas especialmente construídas, conhecidas como “destruidoras de bunkers”. Essas bombas possuem invólucros de aço reforçados que permitem penetrar solo, rocha ou concreto antes de explodir, garantindo a destruição de alvos fortificados.
O B-2 é o único avião capaz de carregar a maior arma desta categoria, a GBU-57 Massive Ordnance Penetrator (MOP), uma bomba guiada por GPS de 30.000 libras. Embora o Pentágono não tenha confirmado se essa arma específica foi usada, ela é projetada para atingir alvos a até 60 metros de profundidade.
A Força Aérea dos EUA tem apenas 19 bombardeiros B-2 operacionais, baseados permanentemente no Missouri, mas ocasionalmente são enviados para missões em outras regiões. Para o ataque no Iêmen, esses aviões provavelmente realizaram reabastecimento aéreo ou decolaram de uma base mais próxima dos alvos.
Os Houthis têm atacado navios-tanque e cargueiros civis desde o ano passado, em apoio ao Hamas. As forças dos EUA têm respondido abatendo drones e mísseis lançados pelos Houthis, além de realizar ataques aéreos frequentes contra suas posições estratégicas.
FONTE: The New York Times