Mísseis iranianos sobrecarregaram defesas israelenses em ataque
Um recente ataque com mísseis balísticos iranianos parece ter sobrecarregado as defesas aéreas de Israel em alguns pontos, apesar de causar danos limitados. O ataque ocorreu no início de outubro, com cerca de 180 mísseis, incluindo os modelos mais modernos do Irã, o Fattah-1 e Kheibar Shekan, que são mais difíceis de interceptar devido à sua velocidade. Especialistas afirmam que a defesa antimísseis foi sobrecarregada, especialmente na base aérea de Nevatim, onde 32 mísseis conseguiram atingir o perímetro da base, embora sem causar danos significativos a aeronaves ou operações.
Embora o Irã tenha prometido atingir infraestruturas israelenses em futuras represálias, como refinarias e usinas de energia, os mísseis lançados até agora tiveram uma precisão limitada e, em sua maioria, atingiram áreas desabitadas. As defesas aéreas de Israel priorizaram a proteção de áreas urbanas, como Tel Aviv, onde pelo menos um míssil caiu próximo à sede da Mossad. No entanto, o número limitado de interceptores e o alto custo dessas defesas são um desafio para Israel em ataques massivos.
A ausência de grandes danos reflete a eficácia parcial das defesas israelenses, mas também levanta preocupações sobre a vulnerabilidade em ataques futuros. A força do ataque foi vista como uma resposta do Irã aos recentes assassinatos de líderes do Hezbollah e Hamas, ações atribuídas a Israel. A promessa do Irã de atacar infraestruturas civis caso seu território seja atingido aumenta a gravidade das ameaças.
O ataque demonstrou que, embora as defesas aéreas israelenses possam proteger infraestruturas críticas, como Tel Aviv, é difícil impedir completamente um ataque massivo de mísseis, especialmente quando se trata de instalações militares como Nevatim, localizada em áreas desérticas. Por essa razão, é provável que Israel considere como alvo prioritário os locais de fabricação de mísseis iranianos em uma possível retaliação.
Os estoques de mísseis iranianos são mantidos em segredo, mas estimativas de 2022 indicam que o Irã possui mais de 3.000 mísseis balísticos, muitos dos quais podem alcançar Israel. A maioria desses mísseis foi desenvolvida para atingir instalações na região do Golfo Pérsico, mas o Irã já mostrou que pode alcançar alvos israelenses, aumentando a tensão.
A produção de mísseis do Irã é uma vulnerabilidade identificada pelos analistas israelenses. As instalações de produção, ao contrário dos depósitos de mísseis, são menos protegidas e podem ser alvos relativamente fáceis para interromper a fabricação de mísseis por um tempo, mesmo que o dano seja reparável.
A ameaça contínua de novos ataques iranianos e a capacidade limitada de Israel para interceptar todos os mísseis ressaltam a necessidade de Israel revisar suas estratégias de defesa. A prioridade em proteger infraestruturas civis sobre bases militares, como Nevatim, reflete o foco em minimizar danos às áreas mais críticas para a população.
O conflito entre Israel e o Irã segue escalando, e os dois lados continuam a desenvolver suas capacidades ofensivas e defensivas. A resposta israelense aos ataques recentes provavelmente incluirá medidas para desmantelar as capacidades de fabricação de mísseis do Irã, visando minimizar as ameaças futuras.
FONTE: The Wall Street Journal