Em 1º de setembro de 1974, dois homens realizaram a viagem mais rápida entre Nova York e Londres a bordo de um jato Lockheed Blackbird SR-71 da Força Aérea dos EUA.

A jornada, que levou menos de duas horas e alcançou três vezes a velocidade do som, estabeleceu um recorde que permanece imbatível 50 anos depois. Os pilotos James Sullivan e Noel Widdifield completaram a viagem em 1 hora, 54 minutos e 56 segundos, pousando triunfantemente no show aéreo de Farnborough, no Reino Unido.

Widdifield, agora com 83 anos, lembra que a missão, apesar de rotineira em termos de operação, foi carregada de significado político, especialmente em um momento em que os EUA enfrentavam uma crise de imagem após o escândalo de Watergate. Além de um triunfo militar, a missão também teve implicações diplomáticas, facilitando a negociação para basear os SR-71 no Reino Unido, apesar das preocupações iniciais.

A preparação para o voo incluiu desafios técnicos, como o reabastecimento em pleno ar e uma pane momentânea que causou perda de empuxo em um dos motores, mas que foi rapidamente resolvida pelos sistemas automáticos da aeronave. A jornada culminou com uma recepção entusiasmada em Farnborough e ampla cobertura da mídia, destacando o feito como um marco da aviação.

Widdifield, que posteriormente trabalhou no programa espacial dos EUA, recorda com saudade tanto seu co-piloto, falecido em 2021, quanto o próprio SR-71, aposentado em 1998. Ele acredita que o recorde permanece intacto porque, desde então, não houve desenvolvimento de uma aeronave capaz de superá-lo.

Noel Widdifield, à direita, e Jim Sullivan com suas esposas depois que os aviadores fizeram seu voo recorde em 1974. Fotografia: Central Press/Getty Images

FONTE: The Guardian

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