Segundo matéria no site The War Zone, o futuro do caça de sexta geração do programa Next Generation Air Dominance (NGAD) da Força Aérea dos EUA (USAF) está cada vez mais incerto. A Força Aérea está reavaliando suas exigências para esse novo caça furtivo tripulado, que pode custar quase três vezes o preço de um F-35. Um dos principais objetivos dessa reavaliação é buscar maneiras de reduzir os custos associados aos jatos, que podem chegar a aproximadamente $250 milhões cada, mesmo que isso signifique sacrificar certas capacidades. Ao mesmo tempo, garantir que essas aeronaves possam trabalhar em conjunto com as futuras frotas de drones Collaborative Combat Aircraft (CCA) é outro objetivo chave desta reavaliação.

O Secretário da Força Aérea, Frank Kendall, confirmou essa reavaliação em uma entrevista recente, ressaltando que o NGAD continua sendo uma prioridade para a Força Aérea. Kendall explicou que o custo elevado de cada caça NGAD, cerca de três vezes o custo de um F-35, limita a quantidade que pode ser adquirida. Ele afirmou que os jatos NGAD custarão “centenas de milhões de dólares”, com estimativas de 2018 colocando o custo unitário em $300 milhões, ou cerca de $375 milhões em dólares de 2024.

O custo unitário das três variantes existentes do F-35 varia, mas a média recente era de cerca de $82,5 milhões. Com base nisso, o custo estimado de um único jato NGAD seria cerca de $247,5 milhões. Kendall mencionou a possibilidade de reduzir os custos do NGAD para algo mais próximo ao custo do F-35. Ele criticou o programa F-35 como “má prática de aquisição” e prometeu evitar os mesmos erros com o programa NGAD.

 

Apesar dos desafios de custo, o NGAD continua sendo uma prioridade central para a Força Aérea. Kendall explicou que estão revendo o conceito de design da plataforma NGAD para ver se é o mais adequado ou se podem fazer algo mais econômico, mesmo que impliquem concessões em certas capacidades. Detalhes sobre o desempenho e as capacidades esperadas do jato NGAD são limitados, mas espera-se que ele substitua o atual caça furtivo F-22 Raptor e tenha capacidades mais amplas.

O programa NGAD inclui a busca por um sistema de propulsão otimizado e a integração com os drones CCA. Kendall mencionou que a decisão de integrar os CCA surgiu depois do início do desenvolvimento do NGAD, o que implica revisões nas exigências para garantir a compatibilidade. Em março de 2023, Kendall anunciou a intenção de comprar 1.000 drones CCA para trabalhar com o novo jato NGAD e com os F-35A.

A incerteza em torno do futuro do NGAD aumentou após o Chefe de Estado-Maior, General David Allvin, não garantir que o programa estaria protegido de cortes orçamentários severos previstos para o ano fiscal de 2026. Allvin destacou que a Força Aérea precisa considerar o que uma força aérea eficaz deve parecer no futuro, em meio a um orçamento que se espera ser muito restrito.

A reavaliação do programa NGAD também afeta empresas como a Boeing, que está investindo fortemente para garantir o contrato do NGAD em meio a perdas financeiras significativas em outros programas de aviação militar dos EUA. A Boeing planeja encerrar a produção do F/A-18E/F Super Hornet em 2025 e redirecionar esses recursos para trabalhar em aeronaves tripuladas e não tripuladas avançadas.

No geral, enquanto Kendall insiste que o programa NGAD continua sendo uma prioridade, os planos específicos para o novo caça furtivo de sexta geração estão sujeitos a mudanças significativas, o que pode ter impactos mais amplos tanto para a Força Aérea quanto para as empresas que disputam a construção dos jatos.

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