Técnicos e oficiais de aviação europeus visitarão a China em julho para examinar o jato C919, fabricado no país, e continuar o processo de certificação. A Agência de Segurança da Aviação da União Europeia (EASA) participará de simulações de voo e se reunirá com a equipe de design e a Administração de Aviação Civil da China (CAAC). A delegação terá a oportunidade de inspecionar detalhadamente a aeronave e visitar as linhas de montagem da Commercial Aircraft Corporation of China (Comac).

A visita representa um passo importante enquanto Pequim busca obter a certificação do C919 pelos reguladores europeus, o que aumentaria a confiança dos potenciais compradores na Europa e em outros lugares. Embora uma data para o voo de verificação ainda não tenha sido definida, espera-se que isso ocorra até o final deste ano ou no início de 2025. A EASA confirmou estar trabalhando com a Comac e a CAAC na validação da certificação, mas não comentou sobre o progresso sem o consentimento dos solicitantes.

Oficiais chineses estão otimistas quanto à aprovação rápida do C919, esperando que a certificação possa ser concedida já no próximo ano. No entanto, Luc Tytgat, diretor executivo interino da EASA, mencionou em março que o jato chinês é “muito novo” para ser aprovado. Seis aeronaves C919 foram entregues a companhias aéreas chinesas desde maio de 2023, transportando 300.000 passageiros em quatro rotas domésticas. As principais companhias aéreas estatais da China fizeram pedidos firmes de 100 aviões cada.

Apesar das tensões entre Pequim e Bruxelas sobre o comércio de veículos elétricos, as interações entre os reguladores de aviação continuam. Oficiais da CAAC visitaram a sede da EASA na Alemanha em abril, e uma reunião foi realizada em Xiamen no mês passado. Reguladores de ambos os lados discutiram a harmonização de estruturas regulatórias e a cooperação para cumprir os padrões internacionais, e continuarão as conversas durante a Conferência Internacional de Segurança da Aviação em Washington.

O C919, capaz de transportar até 192 passageiros e tripulação por 5.555 km, visa competir com o A320 da Airbus e o 737 da Boeing. O sucesso do C919 poderia desafiar o domínio dessas fabricantes nos céus chineses e no mercado global. Componentes essenciais do C919 vêm de fornecedores europeus, o que pode facilitar a certificação. A Airbus, que está expandindo sua fábrica em Tianjin, ultrapassou a Boeing como principal fornecedora no mercado chinês.

FONTE: SCMP

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