Boeing F/A-18E Super Hornet

A Boeing garantiu um contrato para produzir os últimos caças F/A-18E/F Super Hornet de nova construção para a Marinha dos EUA (USN), após uma disputa prolongada com o Pentágono. O acordo, no valor de cerca de $1,3 bilhão para a Boeing, envolve a produção de cinco caças de um assento F/A-18E e 12 de dois assentos F/A-18F, marcando o fim dos pedidos de novas construções de F/A-18 para os EUA. Estes aviões, a serem entregues entre o inverno de 2026 e a primavera de 2027, representam o padrão mais recente do Super Hornet, o Block III.

Esse novo pedido permitirá à Boeing estender a produção do F/A-18 até 2027, um desenvolvimento notável dado que a empresa havia previsto anteriormente o fechamento da linha de montagem em St. Louis, Missouri, em 2025. A extensão da produção foi impulsionada, em parte, pela inserção de fundos pelo Congresso para 20 novos Super Hornets Bloco III nos orçamentos de defesa de 2022 e 2023, contrariando as objeções da Marinha que buscava evitar um pedido adicional dos EUA em 2023.

Uma parte crucial das negociações entre a Boeing e a USN girou em torno da propriedade dos dados técnicos relacionados à sustentação do Super Hornet. A encomenda de 17 aeronaves conseguiu superar esse impasse, com ambos os lados finalmente chegando a um acordo que beneficiou a operacionalidade e a manutenção futura da frota de Super Hornets da Marinha.

Corte seccional do Boeing F/A-18E Super Hornet. Clicar na imagem para ampliar

A Boeing está otimista sobre a construção e entrega dos últimos Super Hornets Block III para a Marinha dos EUA, enfatizando o resultado bem-sucedido de anos de esforços colaborativos para finalizar um contrato benéfico tanto para a empresa quanto para os militares. O acordo não apenas conclui a fase de novas construções de F/A-18 para os EUA mas também abre novas oportunidades para a Boeing buscar clientes internacionais, potencialmente estendendo a vida útil do jato bimotor.

O F/A-18 Super Hornet, um caça de quarta geração capaz de operar a partir de porta-aviões, continua sendo uma peça central da frota da USN, com a Marinha operando uma considerável quantidade dessas aeronaves (cerca de 420) ao lado de um número menor de jatos de guerra eletrônica EA-18G Growler, baseados no Super Hornet. Comparativamente, a Marinha planeja adquirir um total de 273 F-35Cs da Lockheed Martin, embora continue a desenvolver uma plataforma de sexta geração denominada F/A-XX.

Apesar do eventual fim da produção nova em 2027, a Boeing espera continuar lucrando com trabalhos de sustentação para a ampla frota de F/A-18s, considerados entre os caças modernos mais acessíveis para compra e operação. A empresa está atualmente atualizando os Super Hornets da Marinha para o padrão Block III, que inclui melhorias significativas como aumento da vida útil, novos displays de cockpit touch-screen de grande área, redução da seção transversal do radar, e um processador de computador mais potente.

O Super Hornet permanecerá como uma aeronave predominante nas alas aéreas dos porta-aviões, com expectativa de fornecer capacidade de combate significativa até os anos 2040. A Boeing e a Marinha dos EUA veem o Super Hornet como o “cavalo de batalha de linha de frente”, que tem demonstrado sua capacidade em missões de combate, especialmente no Oriente Médio nos últimos meses, reforçando o compromisso contínuo com a manutenção e aprimoramento dessa frota crucial para as décadas futuras.

As células do F/A-18 Block III são certificadas para 10.000 horas de voo, versus 6.000h para jatos configurados para o Block II.

FONTE: FlightGlobal

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