Os países prometeram os caças no ano passado, mas entregá-los e treinar pilotos revelou-se complexo. A Ucrânia pode começar com apenas seis, dos cerca de 45 prometidos

A Ucrânia poderá começar a utilizar caças F-16 já em julho, embora a quantidade inicial seja limitada a apenas alguns dos 45 jatos prometidos por países aliados. A complexidade da entrega dos jatos e do treinamento dos pilotos contribuiu para essa situação limitada. Um centro de treinamento na Romênia foi estabelecido especificamente para preparar os pilotos ucranianos, mas até agora, eles não chegaram ao local, o que destaca os desafios logísticos e de coordenação enfrentados.

Enquanto isso, 12 pilotos ucranianos estão sendo treinados em outros países, como Dinamarca, Grã-Bretanha e Estados Unidos, e espera-se que estejam prontos para o combate até o verão. No entanto, somente seis F-16 estarão disponíveis para eles inicialmente. A necessidade desses caças é urgente, dado o uso intensificado de suporte aéreo pela Rússia nas frentes de batalha no leste da Ucrânia.

A Ucrânia enfrenta uma escassez de munições e a necessidade de reforço na sua capacidade de defesa aérea, tornando a chegada dos F-16 uma expectativa crucial. Contudo, persistem incertezas quanto à programação de entrega dos jatos, ao treinamento dos pilotos e à manutenção das aeronaves. O treinamento dos pilotos ucranianos foi acelerado, exigindo uma rápida adaptação às práticas militares ocidentais e ao idioma inglês.

Os esforços para fornecer F-16 à Ucrânia ganharam impulso com o apoio de vários países europeus, liderados pela Dinamarca, que superou a resistência inicial à transferência de armas avançadas. A administração Biden eventualmente concordou em permitir que aliados fornecessem os caças, embora haja o reconhecimento de que os F-16, por si só, não seriam decisivos na guerra.

A formação de um esquadrão ucraniano de F-16 enfrenta diversos desafios, incluindo a necessidade de treinar pilotos e técnicos para a manutenção das complexas aeronaves. A deterioração das infraestruturas militares ucranianas, como pistas de pouso danificadas pela guerra, pode atrasar ainda mais a operacionalização dos F-16.

Apesar das dificuldades, a Ucrânia e seus aliados mantêm o foco na importância estratégica dos F-16, tanto para a defesa aérea quanto para o fortalecimento geral da capacidade militar ucraniana. A combinação dos caças com outras formas de apoio militar é vista como essencial para a resistência efetiva contra as forças russas.

Especialistas e autoridades reconhecem que, embora os F-16 não sejam uma solução milagrosa, sua inclusão no arsenal ucraniano, juntamente com munições adicionais e apoio logístico, pode alterar significativamente o equilíbrio no campo de batalha. O envolvimento contínuo e o suporte dos aliados ocidentais são cruciais para a capacidade da Ucrânia de defender sua soberania e integridade territorial.

O ministro da Defesa da Dinamarca enfatizou a luta da Ucrânia pela liberdade como uma causa compartilhada, reiterando o compromisso de seu país em apoiar a Ucrânia. Essa solidariedade reflete a percepção mais ampla da importância da resistência ucraniana para a segurança e estabilidade na Europa.

FONTE: The New York Times

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