O caça F-35A Joint Strike Fighter foi oficialmente certificado para transportar a bomba termonuclear de gravidade B61-12, tornando-se o primeiro caça stealth a ser equipado com uma arma nuclear. Essa certificação, alcançada em outubro, veio meses antes do prazo prometido aos aliados da OTAN, marcando o F-35A como uma aeronave de capacidade dupla, capaz de transportar armamentos convencionais e nucleares. Esse desenvolvimento é significativo, pois é a primeira vez desde o início dos anos 1990 que uma nova plataforma, seja caça ou bombardeiro, atinge essa capacidade nuclear.

O esforço de certificação do F-35A para armas nucleares conclui mais de uma década de trabalho intensivo, envolvendo 16 diferentes partes interessadas do governo e da indústria. A capacidade nuclear adicionada ao F-35A visa reforçar os compromissos de dissuasão estendida dos EUA com seus aliados da OTAN, proporcionando uma capacidade crítica mais cedo do que o esperado. A certificação também destaca o papel do F-35A na modernização do arsenal nuclear americano, substituindo variantes mais antigas da bomba B61 com a nova B61-12.

A política de divulgação dos EUA limita o compartilhamento de informações sobre aeronaves de capacidade dupla entre os parceiros da OTAN. Contudo, sabe-se que aproximadamente 100 bombas B61 de variantes mais antigas estão armazenadas em países aliados da OTAN, com a Alemanha, Bélgica, Itália, Países Baixos e Turquia compartilhando a missão de ataque nuclear da aliança. Estes países, todos operadores planejados do F-35, veem a necessidade de uma aeronave capaz de transportar armas nucleares como um fator chave para sua segurança e dissuasão.

O programa B61-12 é uma parte da modernização nuclear contínua dos EUA, originado na administração Obama, com o objetivo de substituir as variantes mais antigas do B61. A primeira unidade de produção do B61-12 foi lançada em novembro de 2021, com a produção prevista para continuar até o final do ano fiscal de 2025. O custo total do programa é estimado em $9,6 bilhões em dólares de FY22, com a maioria dos custos já incorridos.

A adição de capacidade nuclear ao F-35A surge em um momento crítico para a OTAN, em meio à guerra na Ucrânia e às ameaças nucleares da Rússia. O F-35A e a bomba B61-12 representam elementos chave na estratégia de dissuasão nuclear da aliança, oferecendo uma resposta moderna e flexível à agressão potencial e reforçando a segurança coletiva dos membros da OTAN. A integração da capacidade nuclear no F-35A destaca a contínua evolução da dissuasão nuclear como uma componente vital da segurança nacional e internacional.

FONTE: Breaking Defense

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