Equipamento CM4-B faz parte do sistema nacional de IFF – identificação amigo / inimigo – da aeronave

O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da Força Aérea Brasileira informou, em 17 de agosto, a entrega à empresa sueca Saab do criptocomputador  (CM4-B). Segundo o DCTA, o equipamento faz parte do Projeto Identification Friend or Foe Modo 4 Nacional – Fase 2 (IFFM4BR).

 

A entrega foi realizada em 10 de agosto em Gavião Peixoto (SP) onde a empresa sueca, fabricante da aeronave F-39 Gripen, tem instalações de desenvolvimento e testes em conjunto com a Embraer.

Entrega do criptocomputador para o IFF nacional do Gripen – foto DCTA

O DCTA destacou que a entrega do equipamento marca o início da integração de um projeto aviônico 100% nacional desenvolvido pela Força Aérea Brasileira (FAB), com o auxílio da empresa Kryptus EED. Participaram da entrega as equipes do DCTA, formadas por profissionais do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e do Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ).

Consciência situacional e interoperabilidade

Segundo a nota divulgada pelo departamento, o Projeto IFF Modo 4 Nacional visa a classificação remota eletrônica segura de plataformas militares (aeronaves, embarcações e veículos) no âmbito do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA). O produto mostra que a FAB atingiu o nível tecnológico para integração e testes em solo do Sistema IFF Modo 4 Nacional.

A utilização desse sistema IFF está relacionada à consciência situacional (mapa tático), identificando essas plataformas no combate e provendo o suporte necessário às regras de engajamento, o que permite o emprego seguro de mísseis além do alcance visual (BVR). Com essa consciência situacional, evita-se o fratricídio e a violação do sistema por adversários.

A nota também destacou outra vantagem do Sistema IFF, a sua capacidade de interoperabilidade.

Equipamento criptocomputador CM4-B – Foto DCTA

O criptocomputador  CM4-B pode ser usado em diferentes plataformas marítimas, terrestres e aéreas, integrado a transponders e interrogadores de cada plataforma. Em situações de combate, isso permite a classificação rápida e segura entre os vetores.

Como funciona o sistema

Os Criptocomputadores CM4-B serão conectados aos equipamentos transponder e interrogadores localizados em aeronaves, embarcações, plataformas terrestres e radares.

O interrogador transmite desafios criptografados a um possível alvo. Desde que o transponder do alvo suspeito também esteja equipado com um CM4-B, contendo a mesma chave criptográfica que o criptocomputador  do interrogador possui, o transponder responderá corretamente aos desafios e o alvo será classificado como amigo.

Uma suíte de aplicativos também é integrada ao sistema para gerar, proteger e distribuir chaves criptográficas a todos os Criptocomputadores. O desenvolvimento desses aplicativos, essenciais para a segurança do sistema, está sob a responsabilidade do CCA-SJ.

Visita ao GDDN

Além da entrega do equipamento, o diretor do IAE, o Chefe do CCA-SJ e suas equipes técnicas visitaram o Gripen Design and Development Network (GDDN), instalação conjunta da Saab e da Embraer. Trata-se do local onde são realizados os testes de sistemas e área em que será iniciada a integração do criptocomputador.

Visita ao GDDN – Foto DCTA

O laboratório conta com um simulador completo da aeronave F-39 Gripen, o Systems Rig (SRig). As equipes técnicas do DCTA permaneceram na empresa para fornecerem os treinamentos relacionados à entrega do equipamento. Há planos para a FAB desenvolver futuros avanços no projeto IFF e, até março de 2024, está prevista a entrega de dois criptocomputadores já qualificados para ensaios em voo.

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