Biden discutiu jatos F-16 e a candidatura da Suécia à OTAN com Erdogan
O presidente dos EUA, Joe Biden, conversou por telefone com o recém-reeleito presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, na noite de segunda-feira, discutindo a vontade de Ancara de comprar caças F-16 de Washington, bem como a candidatura pendente da Suécia à OTAN.
Biden parabenizou Erdogan depois de vencer outro mandato como presidente da Turquia, estendendo seu poder no país pela terceira década. Os dois compartilharam seu compromisso com suas relações bilaterais, bem como “sua prontidão como aliados da OTAN para enfrentar desafios regionais e globais”, segundo a Casa Branca.
As relações entre os EUA e a Turquia se deterioraram nos últimos anos, principalmente em relação a divergências sobre questões do Oriente Médio, bem como os laços de Ancara com Moscou. Os EUA também expressaram preocupação com questões de direitos humanos na Turquia, provocando comentários vocais de Erdogan contra o país.
“Falei com Erdogan. Parabenizei Erdogan. Ele ainda quer trabalhar em algo nos F-16. Eu disse a ele que queríamos um acordo com a Suécia, então vamos fazer isso. E assim voltaremos a entrar em contato um com outro”, disse Biden a repórteres na segunda-feira, conforme citado pela Reuters.
A Turquia foi expulsa do programa F-35 em 2019 para substituir as aeronaves dos aliados da OTAN por sistemas mais avançados depois de adquirir os sistemas de defesa aérea e antimísseis S-400 da Rússia. Os EUA também aplicaram sanções à Turquia devido à compra.
Erdogan continuou a buscar a compra dos caças F-16 dos EUA e ameaçou se aproximar da Rússia se Washington continuar bloqueando a venda. A aquisição foi paralisada por objeções do Congresso dos EUA sobre o histórico de direitos humanos da Turquia, sua recusa em aprovar a ampliação da OTAN e seu envolvimento na Síria.
A Suécia e a Finlândia se candidataram para ingressar na OTAN no ano passado após a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas a Turquia levantou objeções, acusando a Suécia de apoiar grupos que rotula como terroristas, incluindo o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). No início de abril, a Finlândia tornou-se membro da aliança de defesa, mas Ancara continua a se opor à ascensão de Estocolmo.
A aprovação unânime de todos os estados membros é necessária para um novo país aderir à OTAN. Biden afirmou que não aceitaria um quid pro quo fornecendo os caças em troca de Ancara ratificar a adesão da Suécia à OTAN.
Espera-se que a adesão da Suécia à OTAN seja uma prioridade antes que a aliança se reúna em uma cúpula na Lituânia em julho.
FONTE: rudaw.net