Kuleba pede para que Portugal participe do programa de treinamento de pilotos ucranianos em caças F-16
O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, veio a Lisboa pedir que Portugal comece a treinar pilotos de caças ucranianos. O homólogo português, João Gomes Cravinho, não deu uma resposta clara, mas garantiu que o compromisso de que ajudar em todas as dimensões a Ucrânia é um imperativo nacional.
“Convidei Portugal para se juntar à coligação de caças de combate, começando a formar pilotos ucranianos”, disse Kuleba em conferência de imprensa, numa proposta que o colega português registou mas não comentou, lembrando que Portugal já participa no grupo de fornecimento de tanques modernos: “Por isso achamos que também seria muito útil se pudessem trabalhar em aviões connosco”.
O líder da diplomacia de Kiev observou que o apoio ao seu país começou a evoluir mais rapidamente do que nos meses anteriores e chegou a hora de ser reforçado, sendo “a primeira etapa a formação de pilotos”.
“Penso que temos um entendimento comum sobre este assunto, e aprecio o apoio que Portugal dá à Ucrânia no seio da União Europeia em todas as questões, em particular na abertura das conversações de adesão entre a Ucrânia e a UE até ao final deste ano”, declarou.
Portugal compromete-se a ser paladino da causa ucraniana nos fóruns e instituições internacionais. João Gomes Cravinho enumerou várias numa lista onde não se ouviu a sigla NATO.
O MNE ucraniano insistiu, por sua vez, que espera um sinal claro de abertura à adesão do seu país já na próxima cimeira de Vilnius. Mas alertou que a eventual adesão não é um fim para a guerra, nem um processo imediato.
“Todos compreendemos que a NATO não é o instrumento para acabar com a guerra, a NATO é o instrumento para evitar novas guerras”, sustentou, embora tenha convidado os líderes da organização a encontrarem uma saída para a integração de Kiev, já na reunião em Vilnius.
Sobre a proposta de mediação da Arábia Saúdita para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, Dmytro Kuleba deixou claro que nenhuma oferta de boa fé será recusada por Kiev.
O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros traça, no entanto, linhas vermelhas para um Plano de Paz.
FONTE: RTP