Avião WC-135 ‘farejador nuclear’ da Força Aérea dos EUA voa pela costa brasileira

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WC-135R

Um avião WC-135R Constant Phoenix da Força Aérea dos EUA voou ontem (16/1) pela costa brasileira, contornando o Norte e o Nordeste do país, depois seguindo até a altura do Rio de Janeiro. A aeronave percorreu toda a rota sem pousar em território brasileiro.

O WC-135 é um avião de coleta atmosférica que recolhe partículas, gases e resíduos da atmosfera em apoio ao Tratado de Proibição Limitada de Testes Nucleares de 1963.

Vários contas de monitoramento no Twitter mostraram telas do FlightRadar24 com a aeronave de matrícula 64-14836 com número de voo MILLR36 decolando de San Juan, em Porto Rico, depois sendo acompanhada por um reabastecedor KC-10A. Em seguida, a aerovave sobrevoou a costa sul-americana, desde a Venezuela até a altura do Rio de Janeiro. Antes de iniciar o caminho de volta, a aeronave desceu até 6.500 pés.

O WC-135 é uma plataforma modificada C-135B ou EC-135C. As modificações do Constant Phoenix estão relacionadas principalmente ao seu conjunto de coleta atmosférica a bordo, que permite à tripulação da missão detectar “nuvens” radioativas em tempo real. A aeronave é equipada com dispositivos externos de fluxo para coletar particulados em papel filtro e um sistema de compressor para amostras de ar coletadas em esferas de retenção.

Três aviões-tanque KC-135R foram convertidos em WC-135, anunciados em 2018 e incluídos no pedido de orçamento FY19. A primeira aeronave convertida, 64-14836, foi entregue em julho de 2022. Foi justamente ela percorreu a costa brasileira na segunda-feira.

 

Histórico
O general Dwight D. Eisenhower comissionou o programa Constant Phoenix em 16 de setembro de 1947, quando encarregou as Forças Aéreas do Exército da responsabilidade geral pela detecção de explosões atômicas em qualquer lugar do mundo. Em setembro de 1949, um WB-29 voando entre o Alasca e o Japão detectou detritos nucleares do primeiro teste atômico da Rússia – um evento que não era possível até meados de 1950.

A partir de agosto de 1950, as aeronaves WB-50 foram convertidas para a missão de amostragem aérea durante um período de dois anos. As aeronaves WC-135 começaram a substituir os WB-50 em dezembro de 1965 e se tornaram o carro-chefe do programa de coleta atmosférica.

Missões de amostragem de ar foram realizadas rotineiramente no Extremo Oriente, Oceano Índico, Baía de Bengala, Mar Mediterrâneo, regiões polares e nas costas da América do Sul e África. O WC-135 desempenhou um papel importante no rastreamento de detritos radioativos do desastre da usina nuclear de Chernobyl na União Soviética.

Atualmente, a missão de amostragem de ar apoia o Tratado de Proibição Limitada de Testes Nucleares de 1963, que proíbe qualquer nação de testar armas nucleares acima do solo. Os WC-135 são atualmente as únicas aeronaves no inventário que realizam operações de amostragem de ar.

Características gerais

Função primária: Operações de amostragem e coleta de ar
Fabricante: Boeing Aerospace Co.
Motores: WC-135C, quatro turbofans Pratt & Whitney TF33-P9 sem reversores de empuxo;
WC-135W, quatro turbofans Pratt & Whitney TF33-P-5 com reversores de empuxo
Empuxo: 16.050 libras cada motor
Envergadura: 39,8 metros
Comprimento: 42,5 metros
Altura: 12,8 metros
Peso: 120.170 libras (54.508 kg)
Peso máximo de decolagem: 300.500 libras (136.304 kg)
Capacidade de combustível: 130.000 libras (58.967 kg)
Velocidade: 403 milhas por hora (350 nós)
Teto: 40.000 pés (12.192 pés)
Alcance: 4.000 milhas náuticas
Tripulação: Varia de acordo com a missão
Capacidade operacional inicial: dezembro de 1965
Inventário: Duas aeronaves

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