FAB incorpora primeiros caças F-39 Gripen à frota do Esquadrão Jaguar
Cerimônia realizada na Base Aérea de Anápolis marcou o primeiro voo operacional no caça multimissão pelo 1° Grupo de Defesa Aérea
A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, nesta segunda-feira (19/12), a incorporação das duas primeiras aeronaves de caça F-39 Gripen ao 1° Grupo de Defesa Aérea (1° GDA) – Esquadrão Jaguar. A cerimônia militar foi realizada na Base Aérea de Anápolis (BAAN) e presidida pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior. Também prestigiaram a solenidade a Embaixadora da Suécia no Brasil, Karin Wallensteen; ex-Comandantes da FAB; Oficiais-Generais do Alto-Comando da Aeronáutica; Oficiais-Generais de ontem e de hoje; dentre outras autoridades militares e civis.
No evento, o Tenente-Brigadeiro Baptista Junior destacou o salto operacional que a aeronave trará para a FAB. “Preparar a Base Aérea de Anápolis levou de seis a oito anos, visto que essa aeronave exige uma infraestrutura diferente dos aviões que nós operávamos até hoje. A partir de agora, o Brasil aumenta e muito sua capacidade de defesa e de manutenção da nossa soberania nacional, que é a principal missão da Força Aérea”, destacou.
Já o Presidente e CEO da Saab, Miccael Johansson, falou sobre o projeto Gripen e a parceria entre a empresa sueca e a Força Aérea Brasileira. “Os novos caças Gripen elevarão a segurança a um novo patamar, garantindo a soberania do Brasil e ajudando o país a fortalecer o controle de suas fronteiras e proteger seu povo e sua sociedade. O Brasil tem, agora, um dos caças mais avançados do mundo. Obrigado e parabéns por alcançar este importante marco!”, pontuou.
No evento, o Comandante da Aeronáutica e o Comandante de Preparo, Tenente-Brigadeiro do Ar Sergio Roberto de Almeida, receberam da Saab a Declaração Tática, documento oficial que define todas as funcionalidades do sistema Gripen e atesta que, a partir desse momento, a aeronave está pronta para iniciar as atividades. “Muito trabalho e empenho foram necessários para que estivéssemos aqui reunidos, testemunhando e celebrando o início das atividades operacionais desse vetor de caça na BAAN, uma Base Aérea que carrega em seu DNA uma vocação inovadora, estando desde a sua criação na vanguarda para implantação de novas tecnologias e doutrinas, honrando os feitos daqueles que nos antecederam, representados pelos nossos Dijon Boys”, ressaltou o Tenente-Brigadeiro Almeida.
Aviação de Caça na BAAN
A Base Aérea de Anápolis operou o primeiro caça supersônico da FAB, os Mirage 3, e consolidou os fundamentos do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro. Com a chegada dos Mirage 2000, inaugurou a doutrina de combate BVR, a qual é até hoje intensamente explorada nos cenários operacionais.
Na cerimônia, o Comandante da BAAN, Coronel Aviador Renato Leal Leite, falou sobre a atuação da Unidade Aérea na história da Aviação de Caça nacional. “Desde o início do projeto essa Base vem se preparando com obras de infraestrutura, com treinamento de pessoal, dentre outras coisas. E, como pudemos ouvir nas palavras do Tenente-Brigadeiro Almeida, praticamente todo o Comando da Aeronáutica teve uma participação muito importante. Foi uma preparação longa, extensa, iniciada lá no final de 2013, culminando com esse marco importantíssimo que foi a chegada e o início das operações do Gripen na FAB”, destacou.
E foi desse importante marco para a Aviação de Caça que o Comandante do Esquadrão Jaguar, Tenente-Coronel Aviador Gustavo de Oliveira Pascotto, fez parte. Na solenidade, ele e o Tenente-Coronel Aviador Ramon Lincoln Santos Forneas realizaram o primeiro voo operacional da aeronave. “A satisfação é muito grande. O Gripen é uma aeronave que se encontra no mais alto nível tecnológico, com sistemas embarcados, voo por instrumento, enfim, todo o auxílio que o piloto tem para fazer o voo, para conduzir uma missão, é, realmente, o estado da arte. É uma grande honra e uma grande satisfação poder fazer esse primeiro voo”, disse o Tenente-Coronel Gustavo.
Gripen no Brasil
O F-39 Gripen é um caça supersônico que, com o tempo, vai substituir as aeronaves F-5M e A-1M, padronizando a frota, diminuindo o custo de operação e aumentando a capacidade de respostas a ameaças externas.
No dia 2 de abril desse ano, as duas primeiras aeronaves de produção em série chegaram ao Porto de Navegantes (SC), transportadas em um navio. Elas voaram até o Centro de Ensaios em Voo, localizado em Gavião Peixoto (SP), onde pilotos de prova da FAB, da Embraer e da Saab executaram ensaios até alcançarem a certificação militar, que é uma espécie de licença de operação inicial do avião.
No dia 25 de setembro, desembarcaram mais duas aeronaves F-39 Gripen, que passaram pelo mesmo processo. Finalizada a fase no interior paulista, os caças foram transferidos para a BAAN, onde passaram pelas etapas finais de recebimento para o início da operação pelo 1º GDA.
Em novembro, foi emitido o Certificado Militar de Tipo para o Gripen E, que atesta que a aeronave cumpriu todos os requisitos de aeronavegabilidade e segurança de voo estabelecidos pelas autoridades militares suecas e brasileiras, representado pela Inspetoria de Segurança da Aviação Militar Sueca (FLYGI) e pelo Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) no Brasil.
FONTE: Força Aérea Brasileira