O Tenente-Coronel Aviador Gustavo de Oliveira Pascotto, Comandante do 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) da Base Aérea de Anápolis (GO), contou sobre o processo de preparação para receber os equipamentos e montagem dos simuladores do Gripen. Agora, os militares se preparam para iniciar os treinamentos com os novos equipamentos do caça.

Como foi a construção das novas instalações no 1º GDA para a operação do Gripen?

TC Gustavo: A Base de Anápolis passou por três grandes obras: uma no hangar de manutenção, outra nos hangaretes da linha de voo, e a reforma – de maior impacto – das instalações do 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA). O prédio foi dividido em duas grandes alas, uma administrativa e outra operacional. Neste último setor, estão sendo instalados todos os sistemas de missão e suporte do Gripen. Na parte central, estão sendo montados os mission trainers (simuladores de voo), e nas salas ao lado, estão os demais sistemas, como as estações de planejamento e de produção de imagens digitais. Compreendida na ala operacional, existe uma área especial, chamada de black box, que foi concebida para abrigar os materiais sigilosos que seguem rigorosos requisitos de segurança.

Quais foram os principais desafios dessas reformas?

TC Gustavo: O primeiro desafio foi alinhar os processos administrativos e a própria execução das obras com os marcos contratuais previstos no Projeto F-X2. Com certeza, a segurança também foi um dos maiores desafios, pois faz parte do acordo entre Brasil e Suécia, e precisávamos estar dentro dos níveis de segurança adequados ao projeto.

Qual é a expectativa para o início do funcionamento dos simuladores do caça?

Simulador do Gripen E/F

TC Gustavo: A montagem dos equipamentos está em plena execução. É um processo complexo, que demanda tempo devido à grande quantidade de componentes recebidos. Planejamos começar o treinamento operacional dos pilotos no final deste ano, o que marca efetivamente o início da operação do Gripen em Anápolis. Este é um marco significativo, pois se trata não apenas do início da operação em si, mas também representa um salto tecnológico e operacional no tocante ao treinamento de alta complexidade para a Força Aérea Brasileira.

Como serão utilizados os simuladores de voo?

TC Gustavo: Serão utilizados em diversos tipos de treinamento. Vamos começar pelo estudo inicial da aeronave e suas capacidades, para que os pilotos se familiarizem com os sistemas, sensores e armamentos da plataforma. Depois, teremos treinamentos básicos para introdução e adaptação de voo básico. Em seguida, os simuladores serão utilizados para proporcionar treinamentos avançados, tais como navegação tática, combate aéreo, dentro e fora do alcance visual, e emprego de armamentos diversos.

Quão avançados são os equipamentos de suporte que chegaram?

TC Gustavo: O grau de realismo é um grande diferencial dos simuladores. Poderemos replicar com precisão as características de voo da aeronave, os sistemas, o alcance e a potencialidade dos armamentos com dados bastante realistas, que permitirão desenvolver táticas e emprego da aeronave com alto grau de confiabilidade. Além disso, ganhamos uma capacidade inédita que é a de ‘linkar’ os dois simuladores e fazer treinamentos como os de voo em formação e composições operacionais, com destaque para treinamentos de combate BVR (Beyond Visual Range ou Além do Alcance Visual).

Reunindo de maneira eficiente todos os sistemas de dados digitais e dados eletrônicos, necessários para explorarmos todo o potencial operacional das aeronaves, e somando-se o conhecimento da FAB já existente, conseguiremos propor uma série de ações táticas e disruptivas. No futuro, teremos também condições de realizar avaliações operacionais de interesse e atividades de caráter de exploração de novas capacidades.

FONTE: Saab

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