Pacto Aukus estendido ao desenvolvimento de armas hipersônicas
Reino Unido, EUA e Austrália cooperarão em mísseis de alta velocidade para combater Rússia e China
A Grã-Bretanha trabalhará com os EUA e a Austrália no desenvolvimento de armas hipersônicas com capacidade nuclear, depois que a Rússia usou os mísseis mortais de alta velocidade em ataques aéreos no mês passado durante a guerra na Ucrânia.
O acordo militar – endossado por Joe Biden, Boris Johnson e o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison – é um novo elemento no pacto Aukus, originalmente anunciado no outono passado para fornecer submarinos movidos a energia nuclear a Canberra.
Uma declaração dos três líderes anunciou uma nova expansão do acordo, descrito como “nova cooperação trilateral em armas hipersônicas e contra-hipersônicas”, parte de uma crescente militarização após a invasão russa.
A China testou sua própria versão das armas, e os líderes do Aukus desejam ser vistos como apresentando uma frente unida contra Pequim e Moscou. “Nossa capacidade de determinar seu uso e combater seu uso será parte importante da manutenção da estabilidade em todo o mundo”, disse uma autoridade britânica.
Os EUA testaram discretamente seu próprio míssil hipersônico no mês passado, embora tenham mantido detalhes em segredo por quinze dias por medo de antagonizar a Rússia, e já estão colaborando com a Austrália. O acordo significa que a Grã-Bretanha está agora envolvida pela primeira vez.
Stephen Lovegrove, conselheiro de segurança nacional do Reino Unido, disse que o último anúncio demonstrou o desenvolvimento do Aukus. “À luz da invasão da Ucrânia pela Rússia, é mais importante agora do que nunca que os aliados trabalhem juntos para defender a democracia, o direito internacional e a liberdade em todo o mundo”, acrescentou.
Mísseis hipersônicos – nucleares ou não – viajam pelo menos cinco vezes a velocidade do som, mais rápido que os mísseis de cruzeiro convencionais. Eles são projetados para serem manobráveis, permitindo-lhes, em teoria, escapar das defesas convencionais de mísseis.
Autoridades do Pentágono avaliaram que as armas hipersônicas adicionarão US$ 21,5 bilhões (£ 16,4 bilhões) ao orçamento da Marinha e US$ 7 bilhões ao do Exército nos próximos anos, embora as estimativas sejam provisórias à medida que a tecnologia surja. Fontes britânicas, no entanto, disseram que o Reino Unido não se comprometeu a comprar armas hipersônicas e está apenas envolvido em uma fase de pesquisa e desenvolvimento antes de decidir como proceder.
FONTE: The Guardian