C-47 Turbo: FAB fechou uma encomenda de seis aviões multifunção Basler BT-67

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Uma silhueta conhecida voltará aos céus do país. A Força Aérea fechou uma encomenda de seis aviões multifunção Basler BT-67. Trata-se do eterno Douglas C-47 (ou DC-3, no uso civil), devidamente convertido para o uso de motores turboélice Pratt & Whitney Canada PT6A-67R.

Além de motores turboélice (muito mais potentes, econômicos e confiáveis que os velhos radiais) a conversão inclui uma revisão estrutural completa nos aviões e o alongamento da fuselagem, o que aumenta a capacidade de carga do modelo. As asas passam a ter pontas retas. Comandos e instrumentos são substituídos por aviônicos de última geração. Uma das configurações tem 40 assentos.

O versátil Basler BT-67 hoje é adotado pelas forças aéreas da Colômbia (gunship), El Salvador (transporte), Guatemala (transporte), Mali (transporte), Mauritânia (vigilância), Tailândia (semeadura de nuvens e transporte VIP) e pelo Departamento de Estado dos EUA (transporte e vigilância). Também tem encontrado uso intenso na Antártida, servido a bases de diversos países – inclusive a China.

O C-47 turboélice nas cores da FAB

A patrulha marítima da África do Sul tem oito C-47 convertidos para turboelice, mas o trabalho de modernização das aeronaves foi feito no próprio país africano e não pela Basler.

A opção brasileira pelo BT-67 se deu pelo baixo custo de aquisição e manutenção, além de sua facilidade de operar em pistas curtas e não pavimentadas, como as da Amazônia. Também pesou na avaliação o ótimo desempenho de STOL. Não foi anunciado o valor total do contrato, mas o preço médio de um BT-67 gira em torno de US$ 3,75 milhões.

As primeiras aeronaves serão entregues dentro de dois anos, com pintura retrô que remete aos C-47 do 1º Esquadrão de Transporte Aéreo. Os primeiros aviões desse tipo chegaram ao Brasil em 1945, sendo operados até 1983. Está previsto um treinamento especial para operar os grandes bimotores com trem convencional.

Como parte do negócio, as células de dois C-47 hoje estocados na reserva técnica do Museu Aeroespacial (cn 20555 e 25685) serão enviadas à Basler Turbo Conversions, em Oshkosh, para voltarem à ativa.

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