Rússia envia bombardeiros com capacidade nuclear para patrulhar sobre a Bielorrússia
MOSCOU – A Rússia enviou dois bombardeiros de longo alcance com capacidade nuclear para patrulhar os céus da Bielo-Rússia no sábado (18/12), uma missão com o objetivo de enfatizar os estreitos laços de defesa entre os dois aliados em meio a tensões com o Ocidente.
O Ministério da Defesa russo disse que os dois bombardeiros de ataque estratégico Tu-22M3 praticavam “tarefas conjuntas com a força aérea e defesa aérea da Bielorrússia”. Os caças Su-30 que a Rússia forneceu à Bielorrússia escoltaram os bombardeiros.
A patrulha de quatro horas de sábado marcou a terceira missão da Rússia na Bielorrússia desde o mês passado e ocorreu em meio a preocupações ocidentais sobre o aumento de tropas russas perto da fronteira com a Ucrânia.
Moscou negou ter planos de invadir a Ucrânia e pressionou os Estados Unidos por garantias de segurança que excluiriam a expansão da OTAN na Ucrânia ou o envio de armas lá. Os EUA e seus aliados quase certamente rejeitarão as exigências de Moscou.
Algumas autoridades ucranianas expressaram preocupação de que a Rússia possa usar a Bielorrússia como base para atacar seu país pelo norte. Em meio a suas próprias tensões com a União Europeia, o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, disse no mês passado que seu país estaria pronto para receber armas nucleares russas.
A União Europeia acusou o autoritário Lukashenko de encorajar migrantes e refugiados a usar seu país como uma porta dos fundos para entrar ilegalmente na Polônia, Lituânia e Letônia, países membros da UE. A UE impôs sanções ao governo de Lukashenko por sua repressão à dissidência interna após a disputada reeleição de Lukashenko em 2020.
O líder bielorrusso não quis entrar em detalhes sobre que tipo de armas russas a Bielorrússia estaria disposta a acomodar, mas observou que a ex-nação soviética preservou cuidadosamente a infraestrutura militar necessária que remonta à época da URSS.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, descreveu a oferta de Lukashenko como uma “advertência séria provocada pela política ocidental imprudente”.
O principal diplomata da Bielorrússia, Vladimir Makei, apoiou a declaração de Lukashenko em uma entrevista divulgada no sábado. Ele disse que a Bielorrússia poderia concordar em hospedar armas nucleares como parte de sua resposta a possíveis atividades da Otan na Polônia.
Ecoando as preocupações russas sobre os crescentes laços entre a Ucrânia e a OTAN, Makei disse que a aliança militar ocidental era a Ucrânia como uma “cabeça de ponte contra a Rússia”.
FONTE: MilitaryTimes