Armas nucleares tornam a guerra mundial ‘impossível’, afirma o porta-voz do Kremlin

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As tensões entre as superpotências globais levantaram preocupações sobre a possibilidade de situações escalarem para outra Guerra Mundial, mas a Rússia não vê isso acontecendo porque a Rússia e os Estados Unidos são potencias nucleares iguais.

A Rússia alcançou paridade nuclear com os EUA durante a Guerra Fria, algo que não houve durante a Segunda Guerra Mundial. Os líderes dos países com as duas maiores forças nucleares, o presidente russo Vladimir Putin e o presidente dos Estados Unidos Joe Biden, concordaram que a guerra nuclear não deve ser travada porque não pode ser vencida, mas desentendimentos recentes sobre um navio de guerra perto da Crimeia geraram preocupações sobre um conflito armado.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse à TASS, uma agência de notícias russa, na quinta-feira que não queria falar sobre guerra porque é “impossível”. O que ajuda a proteger o mundo do conflito é a “paridade nuclear”, segundo Peskov, que ele classificou como um mecanismo que “estabiliza todo o sistema de relações internacionais”.

Na quarta-feira, Putin realizou sua sessão anual de perguntas e respostas com cidadãos russos e foi questionado se ele achava que o mundo estava à “beira” de uma terceira Guerra Mundial. O presidente russo rejeitou a ideia, embora tenha chamado o navio de guerra britânico perto da Crimeia de uma “provocação” óbvia.

A Rússia acusou o navio de guerra britânico de entrar ilegalmente em suas águas territoriais e os americanos de estarem envolvidos em uma missão de espionagem conjunta. Londres defendeu o direito do navio de transitar pelas águas e negou as reivindicações feitas por Putin.

“Mesmo se tivéssemos afundado aquele navio, é difícil imaginar que isso colocaria o mundo à beira de uma terceira Guerra Mundial, porque aqueles que fizeram isso sabem que não poderiam vencer uma guerra como essa. Isso é muito importante,” disse Putin.

No entanto, se a guerra estourasse, Putin apoiou a capacidade da Rússia de se defender e disse que pelo menos o país “sabe pelo que estamos lutando”, uma causa que ele identificou como “nós mesmos e nosso futuro”.

Qualquer guerra envolvendo países que possuem armas nucleares aumenta o potencial de escalada da situação e Putin endossando a política nuclear da Rússia levantou preocupações sobre a capacidade do país de lançar um ataque nuclear. Sob a política nuclear, que o general do Exército Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, chamou de “puramente defensiva”, Putin tem a capacidade de usar armas nucleares em resposta a um ataque convencional.

Putin também poderia empregar armas nucleares se a Rússia tiver “informações confiáveis” de que serão lançados mísseis que visam seu território ou seus aliados.

FONTE: Newsweek

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