A Força Aérea dos EUA (USAF) finalmente descobriu como derrotar a invasão chinesa de Taiwan em um grande jogo de guerra que aconteceu no ano passado.

Uma das estratégias usadas foi operar uma grande rede de drones de baixo custo voando sobre o estreito de Taiwan para detectar e às vezes derrotar atacar navios chineses.

O conceito de uso de drones de baixo custo foi proposto pelo think tank RAND no relatório “Operating Low-Cost, Reusable Unmanned Aerial Vehicles”, publicado em 2020.

A USAF conseguiu repelir a invasão chinesa de Taiwan em 2030 durante o jogo de guerra contando com drones atuando como uma grade de detecção e caças avançados de sexta geração capazes de penetrar nos ambientes mais contestados, além de empregar aviões de carga lançando paletes de munições guiadas e outras tecnologias inovadoras ainda não disponíveis no campo de batalha moderno.

Em jogos de guerra semelhantes realizados em 2018 e 2019, a USAF falhou desastrosamente.

Para o jogo de guerra, a USAF fez várias suposições de que os militares dos EUA e seus parceiros terão sucesso na superação de certos desafios fiscais e tecnológicos.

Por exemplo, na versão do futuro do serviço, os militares dos EUA implementaram seu conceito de Comando e Controle Conjunto de Todos os Domínios, que permitirá às Forças Armadas dos EUA enviarem dados entre seus sensores e atiradores.

Isso significa que a USAF colocará em campo seu Sistema de Gerenciamento de Batalha Avançado, que poderá funcionar com redes e tecnologias de comunicação adquiridas como parte dos esforços do Projeto Overmatch da US Navy e do Projeto de Convergência do US Army.

Além disso, Taiwan aumentaria com sucesso os gastos com defesa, conforme descrito pela presidente Tsai Ing-wen, que pediu a compra de drones e equipamento de guerra eletrônica junto com tanques M1A2 Abrams e caças F-16V, bem como a atualização de seu sistema de defesa antimísseis Patriot.

Além disso, antes do início do conflito simulado, a USAF tomou medidas para desagregar tanto suas instalações operacionais quanto sua estrutura de comando e controle, com  investimentos em campos de aviação remotos em toda a região do Pacífico – fortificando e alongando pistas, bem como pré-posicionamento equipamentos de reparo e combustível – para que as forças pudessem se deslocar para esses locais durante a guerra, em vez das bases operacionais principais.

Aeronaves de combate

Concepção do Next Generation Air Dominance (NGAD)

No jogo de guerra, a USAF empregou o futuro NGAD – Next Generation Air Dominance, e seus sistemas associados, que foram capazes de penetrar no espaço aéreo altamente disputado.

Empregou também o Lockheed Martin F-35 Joint Strike Fighter atacando alvos em curtas distâncias e o Boeing F-15EX principalmente em missões defensivas, mas também com mísseis de longo alcance e armas hipersônicas para atingir alvos mais distantes.

Drones

Loyal Wingman

Para o jogo de guerra, a USAF contou com uma mistura de sistemas que estão em desenvolvimento ou não estão sendo buscados pelo braço de aquisição da Força.

Drones autônomos semelhantes ao “Loyal Wingman” da Austrália voaram ao lado de caças em zonas contestadas, fornecendo poder de fogo adicional e dados de sensores para pilotos humanos.

Através do Estreito de Taiwan, a USAF operou uma massa de drones pequenos e baratos que formaram uma rede em malha. Embora fossem usados principalmente como uma grade de detecção, alguns foram equipados com armas capazes de atingir pequenos navios que se deslocavam do continente chinês através do estreito.

Na segunda cadeia de ilhas, a USAF operou drones atritáveis de baixo custo em instalações como a Base Aérea Andersen em Guam. Essas aeronaves, como o Kratos XQ-58A Valkyrie atualmente em teste pelo serviço, lançaram munições contra navios, aeronaves e alvos terrestres. Drones atritáveis são baratos o suficiente para que as perdas em combate possam ser suportadas pelos comandantes.

XQ-58A Valkyrie

Bombardeiros, reabastecedores e transporte aéreo

Nem a China nem os Estados Unidos recorreram ao uso de armas nucleares durante o jogo de guerra. No entanto, os bombardeiros B-21 e B-52 desempenharam papéis ativos, fornecendo poder de fogo convencional durante o cenário, com o B-21 penetrando em zonas contestadas e o B-52 permanecendo em distâncias sand-off, longe da defesa antiaérea inimiga.

Meios de transporte aéreo como o C-17 e o C-130 desempenharam um papel ofensivo ao lançar munições paletizadas com sistemas de orientação.

O que acontece agora?

A USAF planeja levar suas descobertas ao Capitólio na esperança de obter o apoio dos legisladores para as difíceis decisões de postura da força que vêm ao longo das próximas discussões orçamentárias.

Durante o jogo de guerra no outono passado, a Força Aérea dos EUA convidou funcionários dos comitês de defesa do Congresso para ajudar a moldar o exercício e interpretar os resultados, na esperança de abrir caminho para que sua narrativa ganhe força entre os legisladores.

FONTE: Defense News

NOTA DA REDAÇÃO – O canal Base Militar Vídeo Magazine de Felipe Salles realizou uma live ontem sobre o mesmo tema. O vídeo pode ser acessado neste link.

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