Por Huma Siddiqui – Financial Express da Índia

Uma delegação militar de alto nível da nação sul-americana, Brasil, segue para a Índia para a 13ª edição da Aero-India 2021, em Bengaluru. A delegação é chefiada pelo Major Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira BARBACOVI, ex-Diretor do Departamento de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa (MoD) e atual Chefe do Estado-Maior Conjunto do Comando de Operações Aeroespaciais). E, está sendo acompanhado por dois funcionários do Ministério da Defesa, Brasil: Cel (Ref) Carlos COELHO, Coordenador do Departamento de Promoção Comercial, e Major Marcus Vinícius Dornellas FACHINI, Subdiretor do Departamento de Produtos de Defesa.

Por que a visita é importante?

Pois, no Plano de Ação da parceria do Brasil com a Índia, a segurança e a defesa são os componentes centrais. Os dois países são complementares nessa área, afirmam os principais diplomatas da Índia e do Brasil.

O Financial Express Online informou anteriormente sobre o Plano de Ação para a parceria estratégica Brasil-Índia, que foi assinado em 2020, quando o Presidente Bolsonaro visitou a Índia como principal convidado da Parada do Dia da República.

Ambos os países têm um relacionamento multifacetado e estão cooperando bilateral e multilateralmente em várias fóruns internacionais, incluindo as Nações Unidas, G20, International Solar Alliance (ISA), BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e IBAS (Índia, Brasil & África do Sul).

Make in India

Embraer EMB-145 da Índia

O Brasil já havia manifestado interesse em participar de joint ventures, especialmente no setor de defesa. Por quê? De acordo com altos funcionários do Brasil, “com essa colaboração entre as indústrias de defesa da Índia e do Brasil, o potencial de alcançar o mundo é enorme”.

Em uma interação anterior, o enviado indiano ao Brasil, Suresh K Reddy, mencionou a abordagem “Triple-Helix”.

O que é Triple-Helix? É uma abordagem que vem sendo seguida no Brasil e que tem como foco a inovação, P&D para todas as três Forças — Exército, Marinha e Força Aérea.

De acordo com o enviado indiano, há muito espaço para as indústrias indianas no mercado sob demanda, não apenas para joint ventures, mas também para parcerias tecnológicas.

Quantas empresas indianas de defesa estão presentes no Brasil?

Apenas uma. Até o momento, apenas uma empresa indiana do setor de Defesa está presente no Brasil e é a MKU Company.

Representantes da empresa disseram ao Financial Express Online que a empresa está no Brasil há alguns anos. Até o momento, diversos contratos de defesa foram executados pela MKU e incluem contratos com a Polícia Federal, Polícia Militar e Exército.

Recentemente, ela ganhou um contrato de fornecimento de 14.500 peças de coletes para a Polícia Militar do Estado de São Paulo, e monóculo de visão noturna para a comissão do Exército Brasileiro.

Joint ventures entre empresas indianas e brasileiras

Conforme relatado anteriormente, a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) Brasil, o segundo maior fabricante de munições do mundo, e a Stumpp Schuele & Somappa India (SSS Defense) vão iniciar a produção de munições em Andhra Pradesh ainda este ano. A joint venture foi formada entre as duas empresas em janeiro passado. E depois de cumprir os requisitos indianos estará exportando para outros países.

A empresa brasileira tem planos de fabricar munições para diversos calibres como: 9 mm, 7,62 × 39 mm, 7,62 × 51 mm, 0,338 Lapua e 12,7 mm.

Há outra empresa brasileira Taurus Armas S.A., que está ligada à Jindal Defesa. O empreendimento foi formado no ano passado e vai fabricar armas pequenas.

Sinal de estreita amizade entre Índia e Brasil

Foi a primeira vez que o presidente do Brasil, Jair Bolsanaro, participou das comemorações do Dia da República organizadas pela embaixada da Índia em Brasília.

Ele chamou a Índia de “nação fraterna”.

Qual é o protocolo?

Os presidentes e primeiros-ministros, especialmente dos grandes países, não comparecem aos eventos do dia nacional que são organizados pelas embaixadas.

O presidente brasileiro lembrou da assistência da Índia durante a pandemia de COVID-19, quando enviou HCQ e paracetamol no ano passado. E, no início deste mês, a Índia cumpriu seu compromisso e agilizou a exportação da vacina COVID.

De acordo com o enviado indiano ao Brasil, Suresh Reddy “Não estava apenas o presidente Bolsonaro, mas todo o gabinete do governo estava presente lá”.

Estiveram presentes o chanceler Ernesto Araujo, o ministro da Economia Paulo Guedes, o ministro da Energia, Minas e Petróleo, entre outros.

Mais importante ainda, durante as celebrações na Embaixada da Índia, altos funcionários da defesa também estiveram presentes – um sinal de crescente engajamento em nível estratégico. Segundo o enviado indiano, o chefe das forças navais, o chefe do Estado-Maior Conjunto também esteve presente.

Possibilidades de exportação na América do Sul

Muitos países da América do Sul estão procurando modernizar suas forças militares/policiais e há oportunidades para as empresas indianas explorarem a região.

O que a Índia está planejando exportar?

Soluções C4I de comunicações militares; Sistemas de artilharia, veículos protegidos, guerra eletrônica, sistema de gerenciamento de combate naval, armas pequenas, dispositivos de visão noturna e outros equipamentos militares relacionados.

Míssil BrahMos indo-russo, uma grande atração

Altos funcionários da Índia e do Brasil estão em discussão para a versão BrahMos-NG (Nova Geração) do míssil de cruzeiro supersônico ramjet de curto alcance.

FONTE: Financial Express

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