A-4B C-266 armado com três bombas BR-250 no cabide central sendo reabastecido por um KC-130. Um segundo KC-130 aparece reabastecendo outro A-4 ao fundo. FOTO: FAA

Aeródromo de Port Stanley nas Falklands em 1985, com restos de aeronaves argentinas ainda visíveis

Faltaram aeronaves capazes e tripulações treinadas para realizar ataques de longo alcance

  • As aeronaves disponíveis foram projetadas para missões de curto alcance e para operações de apoio aéreo aproximado. A Fuerza Aerea Argentina tinha se especializado mais nos últimos anos em operações de contra-insurgência (Pucará) e não contra um inimigo externo;

Faltou efetiva coordenação com as outras duas Forças

  • O Exército e a Marinha mantiveram a Força Aérea fora dos planos de invasão das Malvinas até o último minuto;
  • Começado o conflito, a Força Aérea recebeu a maior responsabilidade na defesa das ilhas;
FMA IA-58A Pucara avariado em ataque de Sea Harrier

Antes da Guerra, a Força Aérea era proibida por Lei de praticar operações sobre o mar, missão que era de exclusividade da Marinha

  • A maioria das aeronaves da Força Aérea não tinha equipamento de navegação nem radar, necessários para operações sobre o mar;
  • A Força Aérea não tinha ou não sabia como ajustar corretamente as espoletas das bombas para missões antinavio (60% das bombas que acertaram os alvos não explodiram); a Marinha sabia como ajustar as espoletas, mas não passou as informações para a Força Aérea, que também não solicitou ajuda à Marinha;
A-4B C-266 armado com três bombas BR-250 no cabide central sendo reabastecido por um KC-130. Um segundo KC-130 aparece reabastecendo outro A-4 ao fundo. FOTO: FAA

 

Decisões táticas ruins

  • Atacaram os navios de guerra (que podiam se defender e não levavam tropas), ao invés de concentrarem os ataques nos navios de transporte e de desembarque;
  • Atacaram em pequenas formações, ao invés de grandes formações de ataque;
IAI Dagger em ataque no estreito de San Carlos em 1982
A-4C da FAA sendo armado com bomba para mais uma missão

Equipamentos

A Fuerza Aerea Argentina tinha quase 200 aviões de combate

  • 9 bombardeiros Canberra
  • 19 Mirage IIIEA
  • 26 Dagger (Kfir, Mirage V)
  • +-68 A-4 Skyhawks
  • 45 Pucara
  • O restante eram treinadores, transportes e helicópteros

Limitações:

  • Somente os Canberra tinham alcance para voar até as Falklands e voltar, sem reabastecimento, mas eram também mais vulneráveis à interceptação;
  • Mirages e Daggers só podiam chegar até as Malvinas sem voar em velocidade supersônica, isto é, não podiam empregar o pós-queimador (after burner);
  • Mirages e Daggers não possuíam capacidade REVO;
  • Os A-4 podiam alcançar as ilhas, mas somente com REVO e levando uma carga menor de bombas;
  • As ilhas Malvinas tinham 3 pistas de pouso, mas a maior não tinha comprimento para operar caças a jato. Ela precisaria ter sido ser ampliada (inclusive em suas áreas de escape) para poder receber A-4 e Mirage/Dagger.

O radar Westinghouse AN/TPS-43 instalado nas ilhas pela Força Aérea foi de importância fundamental

  • O radar não foi acompanhado por outra unidade similar, para instalação em outra posição;
  • A instalação do radar foi feita num local ruim, o que permitia aos ingleses se aproximarem das ilhas sem serem detectados, mascarando-se no terreno;
Exocet AM39

Mísseis

  • A ARA Armada Argentina tinha uma boa quantidade de mísseis antinavio instalados em seus navios;
  • Mas a Força Aérea não possuía mísseis antinavio e a Marinha só tinha 5 mísseis ar-superfície Exocet AM39, quando a Guerra começou.

FONTE: Livro Why Air Forces Fail (University Press of Kentucky, 2006)

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