Caças F-35A da USAF encontram sistema antiaéreo móvel durante missão no Oriente Médio
Um par de F-35As da USAF se deparou com um sistema móvel de Defesa Aérea Terrestre (GBAD – Ground Based Air Defense) durante uma missão no Oriente Médio, revelou o diretor do escritório de integração do F-35 da Força Aérea dos EUA.
Embora os pilotos pudessem obter coordenadas de direcionamento do sistema, foi decidido não tomar ações ofensivas contra ele.
Doze F-35As desdobrados no ano passado no Oriente Médio para apoiar operações contra o grupo Estado Islâmico (ISIS), registraram 150 lançamento de armas durante cerca de 7.300 horas, voando 1.300 missões de combate, disse o brig. general David Abba, diretor do escritório de integração do F-35 da Força Aérea, falando no Instituto Mitchell em 9 de março. “Os números foram bastante notáveis”, disse Abba.
Embora as forças do ISIS representassem pouca ameaça ao F-35A, o desdobramento proporcionou oportunidades para o caça furtivo demonstrar capacidades contra um oponente mais sofisticado.
Abba descreveu um cenário operacional que envolveu um sistema SAM móvel. A comunidade de inteligência dos EUA normalmente rastreia os locais de tais sistemas o mais frequentemente possível, mas nesse caso o SAM móvel não tinha sido visto “há algum tempo”, disse ele.
Enquanto isso, dois F-35As estavam a caminho para realizar uma missão não relacionada quando uma indicação do SAM móvel desaparecido apareceu em seus monitores, disse Abba. A inferência foi que os sensores de bordo do F-35, como o conjunto de guerra eletrônica ASE-239 da BAE Systems, detectaram e identificaram a ameaça. Os pilotos usaram os dados para indicar o modo de mapeamento do radar de varredura eletrônica ativa Northrop Grumman APG-81 do F-35 para estabelecer coordenadas de engajamento do SAM.
“Nós acabamos não empregando material bélico contra essa ameaça, mas a informação foi enviada às estruturas de comando e controle na comunidade de inteligência”, explicou Abba.
Embora o F-35 não seja basicamente uma aeronave de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR), Abba descreveu essa capacidade latente do F-35 para esse tipo de missão.
Mas a história destaca o papel em evolução do F-35 nas forças armadas dos EUA para a supressão ou destruição das missões de defesa aérea inimiga (SEAD/DEAD).
“Não se preocupe, esta aeronave é a plataforma SEAD/DEAD proeminente”, disse Abba, “e é para isso que precisamos otimizá-la”.
A descrição do F-35 como plataforma “preeminente” para a missão SEAD / DEAD é surpreendente. Há apenas quatro anos, o testemunho escrito da Força Aérea ao Congresso descreveu o F-35A como possuindo apenas um papel “limitado” de SEAD/DEAD. A aeronave também carece de certos recursos, como um sistema de interferência e um míssil anti-radiação, que são as ferramentas de outras aeronaves que executam a missão SEAD/DEAD, como o Boeing EA-18G.
Mas o potencial do F-35 como sistema de defesa aérea está crescendo. A Força Aérea lançou no ano passado o desenvolvimento da Stand-In Attack Weapon para dar ao F-35 um míssil anti-radiação de longo alcance, que é adaptado do Advanced Anti-Radiation Guided Missile-Extended Range da Marinha. O programa de modernização Block 4 também adicionará o míssil MBDA Spear, que inclui um recurso de guerra eletrônica.
FONTE: Aviation Week