Valter Andrade, jornalista e fotógrafo colaborador do Poder Aéreo, enviou as imagens deste post para comemorar os 45 anos de serviço do caça Northrop F-5E Tiger II na Força Aérea Brasileira.

Em outubro de 1974, durante o governo Geisel, a FAB recebeu o sinal verde do Governo Americano e encomendou à Northrop 42 caças Northrop F-5 (36 do modelo E, Tiger II e 6 do modelo B), ao preço na época de 72 milhões de dólares.

A aquisição dos F-5 permitiu à FAB equipar três dos seus Esquadrões de Caça na época.

Em 28.2.1975 teve início, em Palmdale, a “Operação Tigre”, o traslado dos primeiros F-5 da FAB para o Brasil.

Em 12.3.75 chegaram os 3 primeiros F-5 ao Brasil, do modelo B, biplace de treinamento, na Base Aérea do Galeão.

Em 3.10.1975 chegaram à Base Aérea de Santa Cruz os 6 primeiros F-5E, que já estavam no Brasil, mas em Anápolis, aguardando o término das obras na pista da BASC.

Devido à atrição, com a perda de aeronaves em acidentes, em 1989 a FAB teve que buscar mais F-5E usados na USAF, adquirindo quatro caças F-5F (por US$ 5,9 milhões) e 22 F-5E (por US$ 7,1 milhões). Os jatos americanos pertenciam a esquadrões Aggressors da USAF e chegaram ao Brasil com seu esquema de cores característico.

Em 2008 a FAB comprou também 11 caças F-5 adicionais (sendo 3 F-5F) da Jordânia, com o objetivo principal aumentar o número de aeronaves biplaces do tipo na FAB.

Modernização

Um programa de modernização dos aviões F-5 Tiger II da FAB estava sendo pensado desde o final da década de 1980, visando dotar os aviões com aviônica no estado-da-arte e recuperar seu poder de combate do início de carreira.

O Programa de modernização só recebeu autorização para ser implementada no ano 2000, durante o Governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, num contrato de US$ 285 milhões para 46 aviões.

Os trabalhos de modernização foram realizados pela Embraer em sua unidade de Gavião Peixoto, interior do estado de São Paulo. Além da Embraer e da israelence Elbit, o programa F-5BR contou com a participação das empresas Honeywell americana (plataforma de navegação inercial), da italiana Galileu (radar multimodo) e da Elisra, também de Israel (RWR).

O Programa F-5BR tornou o F-5E/F compatível com os A-29 Super Tucano e, futuramente, com o os A-1M. Com a padronização, os custos de manutenção estão sendo reduzidos.

Com a modernização os F-5 da FAB ganharam uma sobrevida de 15 a 20 anos, prazo necessário para o recebimento da futura aeronave de combate (Programa F-X2) da Força Aérea.

Empregando tecnologia de 4ª geração e equipado com telas digitais, o cockpit do novo F-5M proporciona baixa carga de trabalho para o piloto. A configuração permite o controle total dos sistemas através de comandos instalados no manche e na manete de potência (HOTAS).

Dois computadores de alto desempenho e um sistema integrado de navegação INS/GPS também foram incluídos. Três telas multifuncionais em cores e um visor tipo HUD (que projeta informações à frente do piloto) levam ao F-5M o que de melhor existe em interface homem-máquina. Todos os sistemas de visualização e iluminação do F-5M foram projetados para o uso com óculos de visão noturna.

O F-5M também incorpora sistema de visor de mira no capacete, tipo DASH, enlace de dados, sistema de planejamento de missão e capacidade para treinamento virtual em vôo.

A aeronave está qualificada com o armamento padrão já existente na FAB, como os mísseis ar-ar de curto alcance MAA-1 Piranha, bem como bombas e casulos externos.

Também estão disponíveis os sistemas de armamento (convencional e inteligente) usados nos caças de nova geração, como o míssil Python IV e o Derby israelenses, o último com capacidade BVR (Além do Alcance Visual) e bombas guiadas a laser.

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