Apresentação do Gripen brasileiro – Discurso do Ministro da Defesa Fernando Azevedo
É com muito orgulho e alegria que estamos aqui para mais um marcante evento histórico para as Forças Armadas e para o Brasil.
Há 4 anos, engenheiros e técnicos brasileiros desembarcaram em solo sueco para juntos construírem um novo sistema de combate. Aqui encontraram muito mais que isso. Encontraram amizade, gentileza e apreço. Aqui, se sentiram em casa.
Sabemos que um projeto desta magnitude exige dedicação, paciência, trabalho em equipe e espírito empreendedor. O Brasil reconhece o comprometimento e o talento de cada um dos envolvidos, brasileiros e suecos, na concepção deste marco da história da aviação militar no nosso País. O fascínio por voar nos aproximou e a união desta multiplicidade de talentos garante que esta colaboração de sucesso se estenda a longo prazo.
Estabelecidas há quase 200 anos, a relação entre os países se consolidou e evoluiu para uma cooperação técnico-militar. A opção pelo caça sueco aproximou os países e transpôs os mais de 10mil quilômetros que nos separam.
Estamos construindo uma parceria sem precedentes na história dos dois países. Efetivamente, foi a possibilidade de participar de todas as etapas do processo o fator decisivo na escolha do Gripen.
Não estamos simplesmente adquirindo um produto, estamos adaptando às necessidades da nossa Força Aérea para atender a diretriz da Estratégia Nacional que dispõe sobre a nossa soberania e defesa.
Ao adquirirmos o Gripen, aumentamos a capacidade operacional da Força Aérea Brasileira e impulsionamos uma parceria que garante transferência de tecnologia para o Brasil, fomenta a pesquisa e o desenvolvimento dos parques industriais de ambos os países, abrindo assim a fronteira para o conhecimento e o desenvolvimento de novos projetos conjuntos.
As boas novas da capacidade brasileira de criar e desenvolver sofisticados projetos de defesa também chegaram à Suécia. O sistema de displays desenvolvido no Brasil foi adotado também pela a Força Aérea Sueca, o que contribuirá para uma significativa economia na manutenção da aeronave e no futuro desenvolvimento de software.
As perspectivas de crescimento em torno do setor de Defesa, renovada pelas políticas adotadas pelo governo brasileiro, reforça a necessidade de capacitar nossas Forças e nossos profissionais para fortalecer nossa capacidade em âmbito regional e global.
E para isso, a consolidação da nossa Base Industrial de Defesa é primordial. Temos o dever de garantir a soberania dos quase 17 mil km de fronteira, 4,5 milhões km2 de área marítima, 8,5 milhões km2 de área terrestre e 22 milhões de km2 de espaço aéreo.
O setor também representa 4% do Produto Interno Bruto do País, gerando mais de 285 mil empregos diretos e 850 mil indiretos, com salário médio de aproximadamente duas vezes maior ao da média nacional. O projeto Gripen vem para robustecer estes números.
Devemos ressaltar que grande parte dos produtos de defesa apresentam uso dual, atendendo as demandas de diversos outros setores econômicos, qualificando profissionais e difundindo a tecnologia em benefício de toda a sociedade.
E é em nome de todo o povo brasileiro que podemos dizer que estamos no caminho certo. Nos orgulhamos do trabalho já realizado e estamos ansiosos pelo o que está por vir. Estamos edificando as Forças Armadas que o nosso País merece e construindo um Brasil mais forte para todos.
Por fim, parabenizo a Força Aérea Brasileira pelo esforço e perseverança na condução deste importante projeto de Estado, bem como a SAAB e suas parcerias pela excelência do seu produto que pelas próximas décadas será a espinha dorsal da Defesa Aérea do Brasil e um dos principais responsáveis pela manutenção da soberania e da democracia do nosso País.
Obrigado a todos e vamos em frente, continuemos a jornada!
Muito obrigado!
Ministro da Defesa Fernando de Azevedo e Silva