Caças F-35 na Austrália vão precisar de desumidificação para evitar corrosão
Os F-35 Joint Strike Fighters na base RAAF Williamtown são suscetíveis à ‘corrosão intergranular’, segundo relatório da KPMG
Autoridades de defesa australianas foram instadas a considerar sistemas de desumidificação ininterruptos em uma base da Força Aérea perto de Newcastle para conter o risco de corrosão de sua frota de jatos Joint Strike Fighter.
A empresa de auditoria e consultoria KPMG foi encarregada de fazer um relatório sobre as “opções de mitigação de corrosão intergranular” para os 72 caças F-35A, comprados pela Força de Defesa Australiana por A$ 17 bilhões.
Preocupações com o risco de estresse e rachaduras por metais foram levantadas em 2017, um ano antes da chegada dos caças da próxima geração à Austrália.
O relatório FOI (Freedom of Information Act) obtido pela ABC News dizia que as três bases onde os jatos seriam baseados, apenas Williamtown, perto de Newcastle, foi identificada como tendo problemas potenciais.
O risco é devido ao sal e outras condições climáticas.
O que é corrosão intergranular?
A corrosão intergranular ocorre como uma reação química entre o metal e o meio ambiente.
“Isso pode degradar as propriedades do material, provocando rachaduras por tensão e causando tensão, que pode afetar componentes adjacentes”, diz o relatório.
O relatório aponta para a liga de alumínio 7085, usada na construção do F-35 – a primeira vez que o material foi usado na produção generalizada de uma aeronave militar.
“AA 7085 é conhecido por ter maior susceptibilidade à corrosão intergranular”, disse o relatório.
Os jatos também serão baseados na Base Aérea Luke, no estado americano do Arizona, e na base da RAAF em Tindall, no Território do Norte.
“Enquanto até 54 da frota de 72 aeronaves podem ser alojados em Williamtown a qualquer momento, todas as aeronaves passarão por Williamtown e, portanto, são suscetíveis à corrosão intergranular”, disse o relatório.
Como resultado, a KPMG recomendou o uso em tempo integral de unidades móveis de desumidificação, em conjunto com outros sistemas.
Os custos projetados para a infraestrutura foram redigidos no relatório da KPMG divulgado pela FOI.
Quando o primeiro dos caças de última geração chegou à base da Williamtown RAAF em dezembro de 2018, o ministro da Defesa, Christopher Pyne, disse que cada avião custava A$ 124 milhões e representava uma boa relação custo-benefício.
“Esta é a maior aquisição da história da Força Aérea, A$ 17 bilhões, e sem dúvida a mais letal na história da Força Aérea, certamente do seu tempo”, disse Pyne.
Mas o Joint Strike Fighter tem sido atormentado por atrasos e custos excessivos nos Estados Unidos e preocupações que vão desde superaquecimento a plataformas de software não confiáveis.
FONTE: ABC News Australia