Saab quer fabricar caça Gripen na Índia
A fabricante de armamentos sueca Saab AB disse que considerará a Índia como uma base global de fabricação de seus caças Gripen se for escolhida na concorrência da Força Aérea Indiana (IAF) para 114 jatos
NOVA DÉLHI – A fabricante sueca de armamentos Saab anunciou na quinta-feira que considerará a Índia como uma base global de fabricação de seus caças Gripen se for escolhida na concorrência da Força Aérea Indiana (IAF) para 114 aviões.
Em uma coletiva de imprensa em Nova Délhi antes da bienal Aero India Show em Bengaluru na próxima semana, executivos da Saab, no entanto, indicaram que gostariam de ver algumas mudanças na política de fabricação de defesa da Índia que exige que fabricantes estrangeiros de equipamentos façam parceria com uma empresa indiana para formar uma joint venture. De acordo com as regras atuais, a empresa indiana continua sendo a principal parceira de uma joint venture.
Mats Palmberg, vice-presidente de parcerias industriais da Saab, disse que, caso sua empresa faça o acordo, em primeiro lugar, 18 das 114 aeronaves serão fabricadas na Suécia, com os indianos presentes na fábrica para se familiarizarem com a tecnologia e processos de fabricação. O restante será fabricado na Índia, de acordo com as exigências do Ministério da Defesa de que pelo menos 85% dos jatos sejam fabricados na Índia, dando um grande impulso ao programa “Make in India”, disse ele.
A Saab possui atualmente uma unidade de produção na Suécia e outra no Brasil para os caças Gripen. Dependendo dos pedidos de outros clientes, a fábrica na Índia poderia ser usada para fabricar uma de três aeronaves na carteira de pedidos, disse ele.
A Saab AB, a Boeing Co., a Lockheed Martin Corp., a Dassault Aviation SA e um consórcio de empresas europeias disputaram uma concorrência da Força Aérea Indiana para adquirir 126 caças em 2007. Quando as propostas foram abertas, o Rafale da Dassault e o consórcio o Eurofighter Typhoon tiveram o preço mais competitivo, com Rafale finalmente ganhando o contrato.
Quando perguntado sobre os planos de investimento da Saab para o centro de produção na Índia, Palmberg não deu nenhum detalhe. Ele também se recusou a comentar sobre qual empresa indiana seria parceira da Saab para a fabricação do Gripen na Índia.
“No momento atual, não quero responder a perguntas sobre com quem vamos nos associar, porque, se seguir a política da SP (parceria estratégica), será o governo indiano quem indicará o parceiro com quem trabalharemos”, disse ele. Palmberg disse que a Saab já tem uma parceria com o grupo Adani.
As regras atuais sobre investimentos estrangeiros diretos no setor de defesa são motivo de preocupação para a Saab porque, disse Palmberg, “acho que será mais fácil fazer isso (investimentos) de forma abrangente e apoiar a Índia se pudermos ter controle majoritário durante a execução do projeto (fabricação do Gripen na Índia)”. “Porque no final temos que garantir tudo.”
FONTE: Live Mint