Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Aéreo

O blog BMPD, do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias da Rússia, informou, na última terça-feira (18.12), que a Força Aérea de Mianmar (antiga Birmânia) fará uma nova compra de caças sino-paquistaneses JF-17 Thunder (FC-1 na nomenclatura chinesa).

Com essa segunda importação, o número de aeronaves desse modelo subirá das atuais seis unidades para 16.

De acordo com a mesma fonte, durante esta nova negociação os chefes da Aviação de Mianmar demonstraram interesse em montar parte do JF-17 em seu território, mas isso ainda está em discussão.

Mianmar foi o primeiro país a confirmar uma encomenda do JF-17.

Argentina, Egito e Arábia Saudita também demonstraram interesse no avião, mas não fecharam negócio. Nesse momento o caça sino-paquistanês parece interessar à Força Aérea da República Islâmica do Irã, que procura um jato capaz de substituir os seus antiquados F-14 Tomcat, de origem americana (e manutenção quase impossível).

Na manhã do sábado, 15, durante as comemorações do 71º aniversário da Aviação Militar local, no aeródromo da Escola de Aviação da Força Aérea, em Maitila, região central de Myanmar (próximo a Mandalay), diversas autoridades civis e militares puderam conhecer de perto quatro JF-17 (numerados de 1701 a 1704).

Os Thunder foram testados na China e, de lá, enviados a Mianmar.

JF-17 Thunder do Paquistão

 

Perseguição – O acordo inicial era de que o cliente firmaria contrato com o Complexo Aeronáutico do Paquistão (PAC na sigla em inglês), parceiro dos chineses no projeto da aeronave, mas a implementação da compra foi adiada por causa de tensões entre o Paquistão e Mianmar, derivadas da perseguição, no território de Mianmar, à minoria muçulmana Rohingysa. A venda, então, precisou ser transferida do Paquistão para a chinesa Chengdu Aircraft Industries Company.

Os seis caças e mais um pacote de suprimentos e treinamento custaram, sem o armamento, cerca de 142 milhões de dólares.

O primeiro JF-17 de Mianmar voou em junho de 2017.

Em 2015, a imprensa argentina especializada em assuntos militares noticiou que a Força Aérea de seu país havia se desinteressado dos aviões sino-paquistaneses porque, ao contrário do que fora informado aos brigadeiros argentinos na cidade de Pequim – durante uma visita oficial da então presidenta Cristina Kirchner à China, em fevereiro de 2015 –, os fabricantes do avião não garantiam a incorporação de sistemas ocidentais à aeronave.

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