A ideia do exercício CRUZEX (Cruzeiro do Sul Exercise) surgiu quando a Força Aérea Brasileira participou como observadora da Operação Odax na França, no ano 2000.

Desde 2002, a cada nova CRUZEX, o exercício tem sido aperfeiçoado com novas ferramentas e conhecimentos, em software e equipamentos.

Os primeiros CRUZEX foram baseados na simulação de um conflito que evocava um cenário semelhante ao da primeira Guerra do Golfo, em 1991, quando o Iraque invadiu o Kuwait e mais tarde foi forçado a retirar-se por uma ampla coalizão formada sob a tutela do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

No CRUZEX 2010, o cenário do exercício simulou um conflito entre países fictícios, envolvendo a invasão do país Amarelo pelo país Vermelho e a formação de uma força de coalizão, liderada pelo País Azul, para impor a paz na região.

Todo o planejamento do exercício baseou-se nas regras da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Na ocasião foi enfatizado que o CRUZEX é mais um exercício de C2 (Comando e Controle) do que um exercício tático, como o “Red Flag” da Força Aérea dos EUA (USAF). No CRUZEX, o aspecto tático é secundário.

A principal novidade do CRUZEX 2018 é o cenário de guerra não convencional, em que o combate é contra forças insurgentes ou paramilitares e não entre dois Estados constituídos. É o perfil encontrado em missões de paz da ONU.

Caças da USAF operando na Guerra do Golfo, em 1991
Os diferentes cenários das guerras aéreas e suas características

As guerras atuais e do futuro precisam ser realizadas com a máxima eficiência, para derrotar o inimigo no menor tempo possível, com o menor número de baixas e de “danos colaterais”.

O CRUZEX serve justamente para isso: exercitar o comando e o planejamento de processos para a execução de uma guerra aérea bem-sucedida.

Os objetivos do exercício CRUZEX:

  • Treinar os participantes na estrutura da OTAN de Comando e Controle das Operações Aéreas, no planejamento, montagem e condução das operações numa situação de crise e de conflito de baixa intensidade.
  • Treinar as Unidades de Combate para executar missões ofensivas, defensivas e de apoio e otimizar a utilização dos sistemas de detecção aerotransportados.
  • Aumentar a interoperabilidade entre as Forças Aéreas participantes.
  • Treinar os integrantes dos diferentes esquadrões envolvidos, por meio do intercâmbio de conhecimentos operacionais com Forças Aéreas estrangeiras, a respeito das táticas e técnicas empregadas nas missões aéreas.
  • Treinar os participantes das Unidades Aéreas na execução de missões ofensivas, defensivas e de apoio num quadro complexo de forças combinadas/conjuntas, em conformidade com as orientações de comando e controle.
  • Treinar tripulantes, operadores e controladores de tráfego aéreo em combate.
  • Treinar as forças participantes na operação de C-SAR.

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