Com novo míssil, Rússia e China podem superar aviões de combate dos EUA
Novo míssil ar-ar russo tem vantagem em velocidade e alcance
De Reuben F. Johnson
KIEV, Ucrânia – O Ministério da Defesa da Rússia anunciou que uma nova arma está muito próxima da conclusão de seus testes de validação e em breve será colocada em operação.
Se os relatórios de seu desempenho operacional forem precisos, isso ameaçará a sobrevivência de todas as aeronaves de combate dos EUA atualmente em serviço – particularmente o mais novo caça dos EUA, o Lockheed Martin F-35.
A arma é o míssil ar-ar Vympel R-37M (designado AA-13 Arrow na OTAN). Lançado a partir de uma aeronave de combate, ele é projetado para atingir alvos em distâncias de até 188 milhas (300 km), sua seção de ogiva contém 60 kg de material explosivo, e é relatado ser capaz de velocidades de até Mach 6.
Este míssil oferece às aeronaves russas uma vantagem sobre as aeronaves de combate dos EUA em velocidade e alcance. As versões mais avançadas do míssil ar-ar Raytheon AIM-120, fabricado nos Estados Unidos, atingem cerca de Mach 4 e têm alcance de apenas 110 milhas (176 km).
Os planejadores de defesa estão alarmados com o número de caças que a Rússia planeja equipar com esta arma.
Os mísseis que precederam o R-37M eram exclusivos e armas adequadas para a aeronave Mikoyan MiG-31. A missão do MiG-31 era quase inteiramente dedicada a derrubar bombardeiros estratégicos dos EUA e outros grandes aviões que pudessem representar uma ameaça ao espaço aéreo russo, de modo que esses mísseis normalmente não costumavam ser vistos fora do território russo.
No entanto, de acordo com fontes do MoD russo, as Forças Aeroespaciais da Rússia (VKO) estão planejando que os modelos Sukhoi Su-30, Su-35 e Su-57 operem com o R-37M, além do MiG-31. O míssil será, portanto, capaz de ser disparado contra quase todos os aviões militares dos EUA em numerosos teatros de operações em todo o mundo e não apenas dentro do espaço aéreo territorial de Moscou.
O anúncio provocou reações nervosas desde o ministério da defesa da Polônia aos aliados dos Estados Unidos na Ásia. O único míssil no arsenal ocidental que se aproxima do russo R-37M em velocidade e alcance é o Meteor, movido a motor a jato, produzido pelo consórcio europeu MBDA, que não é instalado em nenhuma aeronave dos EUA.
Também não há mísseis atualmente no arsenal dos EUA que correspondam ao desempenho desta arma russa. Por isso tem vários países estào perguntando se eles deveriam considerar a compra do caça sueco Jabra Saab JAS 39, que já tem o Meteor integrado em seu sistema de controle de tiro.
Os caças Su-30SM e Su-35 são operados por militares russos ao longo das fronteiras com a OTAN. Aeronaves Su-30 têm acossado navios de guerra e aeronaves dos EUA, tanto no Mar Negro e no Báltico. Ambos os aviões foram vendidos e são operados pela Força Aérea do Exército de Libertação Popular na China (PLAAF), e a VKO também os basearam no aeródromo militar russo em Latakia, Síria – onde eles estão frequentemente próximos das forças dos EUA. Há rumores há anos de uma iminente venda de Su-30SM ou Su-35 ou ambos para o Irã em grande número.
Especialistas em defesa estão preocupados com a rapidez com que o R-37M estará em serviço com a PLAAF. Aeronaves Su-35 chinesas foram vistas recentemente em trânsito em Novosibirsk, enquanto voavam de volta para as instalações de testes de voos russas mais ao oeste. Especula-se que algumas das aeronaves estão retornando para avaliar a adição dessa nova arma aos seus Su-35s.
Fontes russas descrevem o sistema de orientação dos R-37M como sendo equipado com um “cérebro” de alta tecnologia que é “imune a interferência de sistemas de guerra eletrônica”.
O F-35 é uma das aeronaves mais vulneráveis a essa nova arma, disse um especialista em combate aéreo ao Washington Free Beacon. “A aeronave não tem supercruise e não tem a “aceleração para velocidade de escape” de que outras aeronaves são capazes. As características stealth do F-35 também foram projetadas para enfrentar uma geração cada vez mais antiga de ameaças, o que significa que a aeronave é mais detectável para novos sensores e sistemas de armas”.
Esta é uma preocupação séria para o futuro dos aliados dos Estados Unidos da América. O Japão e a Coreia do Sul são ambos clientes do F-35 e ambos têm que enfrentar a PLAAF da China regularmente. O F-35 também poderá ser comercializado para nações diretamente ameaçadas pela Rússia, como Finlândia e Polônia.
Um ex-funcionário da MBDA disse ao Free Beacon que os planos estão em andamento para tentar igualar o placar, integrando o míssil Meteor no F-35, mas não até 2024 ou mais tarde.
FONTE: The Washington Free Beacon