Além do Gripen: Saab apresenta fábrica de aeroestruturas do caça, no Brasil, de olho no mercado mundial
Grupo sueco, que venceu o programa F-X2 de 36 caças para a FAB, apresentou em São Bernardo do Campo / SP as instalações de sua nova fábrica, atualmente em implantação, a SAM – Saab Aeronáutica Montagens. Instalações no Brasil deverão produzir partes da fuselagem e asas do caça Gripen, a partir de 2020, e atender no futuro a mais clientes civis e militares
Por Fernando “Nunão” De Martini
Um galpão industrial, novo em folha, chama a atenção por ainda se encontrar vazio de máquinas e de pessoal. Porém, o espaço está repleto de painéis apresentando planos de curto, médio e longo prazo. Temas e objetivos a se explorar nas horas seguintes de um evento que, conforme refletia minutos antes de chegar ao local, não acontece todo dia: o nascimento de uma fábrica de aeroestruturas complexas de aeronaves, com capacidade de produzir seções de fuselagem e asas de um caça supersônico, novidade dentro do portfólio consideravelmente amplo da indústria aeronáutica instalada no Brasil.
Estas foram as primeiras impressões ao entrar na SAM – Saab Aeronáutica Montagens – a nova instalação industrial que o grupo sueco de defesa Saab, fabricante do caça Gripen, está implantando na cidade de São Bernardo do Campo – SP. Impressões do ponto de vista privilegiado deste visitante que, ao superestimar o trânsito até o local, chegou bem antes das 14h marcadas para o evento de quarta-feira, 9 de maio de 2018.
Como primeiro jornalista a entrar no galpão ainda vazio de convidados, com a indelicadeza de quase uma hora de antecedência, pude caminhar e fotografar calmamente o local, realizar sem pressa um “tour virtual” pela configuração planejada das seções da fábrica, antes que a área reservada ao evento se enchesse de autoridades, jornalistas, empresários, engenheiros e militares.
Cheio ontem e também hoje: neste 10 de maio, a visita de representantes de cerca de 50 empresas estava prevista para um processo de seleção de fornecedores da fábrica, um dos passos para começar a cumprir o quanto antes os planos mostrados nos painéis, apresentações e entrevistas do evento de quarta-feira, dos quais falaremos agora.
Produção em 2020 – Segundo o executivo Marcelo Lima, anunciado em outubro passado como diretor-geral da SAM, o evento marca “o início da instalação da fábrica”, sendo que no momento a empresa está “implementando o escritório, contratando pessoas e fornecedores”. Segundo Lima, “até 2020 toda a estrutura fabril estará montada para dar início à fabricação dos componentes do Gripen”.
Essa implantação faz parte de um plano maior, em fases, iniciado em setembro de 2015 com a entrada em vigor do contrato da Saab com o governo brasileiro, visando o desenvolvimento e produção de 36 caças Gripen E/F, a nova geração da aeronave – vale lembrar que a seleção do caça sueco, dentro do programa F-X2 da FAB, foi anunciada em dezembro de 2013, passando-se em seguida às negociações e cumprimento das condições solicitadas, e em outubro de 2015 começou efetivamente o programa de transferência de tecnologia.
Sobre as fases, o diretor da SAM explicou que a primeira foi de planejamento, iniciada ao final de 2015, ao mesmo tempo em que várias cidades e regiões interessadas no programa dos caças formaram consórcios, visando trazer para elas o investimento de uma nova fábrica.
Foi o caso de São Bernardo do Campo – SP, onde foi montado o consórcio denominado SBTA (São Bernardo Tecnologias Aeronáuticas), que acabou bem-sucedido em trazer a nova fábrica para a cidade – ainda que o modelo final de negócios implantado não resultasse na parceria da Saab com empresas da região para a nova fábrica, o que era um dos modelos imaginado inicialmente.
A escolha da cidade – Em sua apresentação durante o evento e na entrevista coletiva ao final, Marcelo Lima buscou destacar os aspectos de recursos humanos, industriais e logísticos da escolha da cidade. Na logística, destacou que o local permite fácil acesso fácil a estradas que ligam polos industriais envolvidos no programa do cliente brasileiro, no caso as instalações da Embraer em Gavião Peixoto ao norte (366km), onde também está localizado o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen – GDDN – parceria da empresa sueca com a brasileira para o programa Gripen, e em São José dos Campos a leste (115km), esta última abrigando também diversos fornecedores do setor aeronáutico e de defesa.
Pensando no futuro, a fábrica também está próxima a “hubs” para transporte e exportação de aeroestruturas a clientes mundiais, como o Porto de Santos (66km ao sul) e o Aeroporto Internacional de Guarulhos (59km ao norte). O galpão industrial selecionado, recém-construído e que tem a SAM como primeira locatária (desde março deste ano) segundo o executivo, está bem próxima ao km 20 da rodovia dos Imigrantes, uma das ligações da cidade de São Paulo ao litoral paulista. Marcelo Lima destacou também a qualificação da mão de obra de São Bernardo do Campo, importante polo da indústria automotiva onde também está localizada a sueca Scania, e que o custo das propriedades disponíveis na cidade também foi atrativo na decisão final.
Fornecedores, engenheiros e técnicos – Após a fase de planejamento por parte de um time de gerenciamento de projetos, que incluiu o estabelecimento do plano de negócios adequado e à seleção do local, chegou-se à fase de execução, com a efetiva instalação da fábrica, desenvolvimento da cadeia de fornecedores, planejamento e instalação de processos e ferramentas, assim como o treinamento de pessoas. A contratação de mão de obra e a seleção de fornecedores estão em andamento.
Como mencionado mais acima, nesta quinta-feira, 10 de maio, um dia após o evento de apresentação, a empresa realizou um encontro com cerca de 50 fornecedores, nesse caso de materiais indiretos, num processo que envolve uma apresentação geral e entrevistas individuais. Mas os contatos com as empresas já vem de anos atrás, com a primeira conferência de fornecedores realizada em dezembro de 2015, antes mesmo da criação jurídica da SAM (que ocorreu em junho de 2016). Como o diretor geral da SAM afirmou, a gestão de fornecedores é um elo fundamental, pois eles também receberão tecnologia no processo, tornando-se parte da cadeia global de suprimentos da Saab voltada ao Gripen e também, futuramente, aos mercados de defesa e civil.
Fornecedores diretos, tanto da região quanto de outras localidades, também serão selecionados nesta fase. Salientando a importância da gestão de fornecedores, Marcelo Lima mencionou mais de uma dúzia de itens fundamentais incluídos nessa categoria: equipamentos, ferramental, engenharia, treinamento, serviços, matéria-prima, usinagem, chapas metálicas, processos especiais, consumíveis, químicos, hardware, logística, entre outros. Mesmo itens como a rede de Internet recém-instalada na fábrica segue planos estabelecidos em conjunto com a Saab sueca para o funcionamento da unidade, padronizando com a cadeia global do grupo.
Sobre mão de obra, o início do recrutamento foi em meados do ano passado, e os primeiros 4 engenheiros contratados para a SAM já estão desde abril em treinamento prático nas instalações da Saab em Linköping, na Suécia, após passarem por 3 meses de preparação, no Brasil, na Academia de Treinamento (cópia do centro sueco de mesma função que foi inaugurada em janeiro deste ano na empresa brasileira Akaer, que tem participação de 10% no empreendimento da SAM – assunto que abordaremos mais à frente).
Esta fase de seleção de fornecedores, instalação de máquinas e treinamento de pessoal vai até 2020, quando, pelo planejamento, 55 funcionários (aproximadamente metade de engenheiros e metade de técnicos) estarão produzindo as primeiras partes estruturais para certificação e aprovação do primeiro artigo, de seus materiais e do sistema de qualidade, marcando o começo da fase 3 do projeto – início da produção.
A cadência será ampliada até chegar às últimas entregas relacionadas ao contrato atual, em 2024, quando a fábrica empregará diretamente cerca de 200 pessoas, com proporção de 40 engenheiros e 160 técnicos / montadores (já para os empregos indiretos, seja nas áreas de manutenção, apoio, assim como nos fornecedores, a expectativa é a usual proporção de 4 indiretos para cada direto). Esse número poderá ser ampliado conforme novos contratos sejam conquistados pela empresa.
Espera-se que, por essa época, a fábrica também forneça partes estruturais para os jatos Gripen da linha de montagem sueca (a Suécia encomendou 60 caças Gripen E, o modelo monoposto) e comece a produzir para outros clientes mundiais, do mercado civil e de defesa. Evidentemente, também fornecerá as partes estruturais de encomendas adicionais do Gripen que sejam feitas pela Força Aérea Brasileira. Falando em acordos e contratos, o acordo comercial entre a Saab e a SAM foi assinado em fevereiro deste ano.
Ainda sobre mão de obra, a seleção não está restrita à região industrial do ABC paulista, e são recebidos currículos de todo o Brasil. Marcelo Lima mencionou que, entre o pessoal contratado há pessoas tanto da cidade quanto de outros polos industriais e aeronáuticos, como o caso de um engenheiro de São Carlos que foi selecionado e se mudará para São Bernardo do Campo.
Cronograma de atividades – A etapa de recrutamento deverá se estender a 2020. Já a atividade de treinamento, cuja parte prática deverá chegar a 84.000 horas no total, foi iniciada há alguns meses, na mencionada Academia de Treinamento, no Brasil, e mais recentemente na Suécia (prático). Mais da metade dos 55 funcionários previstos para o início da produção, em 2020, deverão passar por treinamento prático na cidade sueca de Linköping, cuja duração pode chegar a 24 meses, segundo Marcelo Lima.
O treinamento prático no Brasil se inicia no ano que vem e se estende pelos anos seguintes. A atividade de pré-produção está na fase de preparativos relacionados à cadeia de fornecedores, que vai até o ano que vem, e preparação das instalações, a qual chega a 2020, ano em que também se dará a qualificação, conforme o cronograma mostrado no evento de quarta-feira.
Fuselagem e asas: o trabalho real e o “tour’’ virtual – A atividade de produção de todas as partes começa em 2020, inaugurada pela montagem do cone de cauda e freios aerodinâmicos, seguida pela fuselagem dianteira, depois asas e fuselagem traseira, com produção de todos os itens sendo iniciadas naquele ano. Sobre as partes das células das aeronaves que a SAM produzirá, o diretor geral apresentou uma tabela informando os itens, seus materiais e o tempo de trabalho médio (horas/homem) que cada um demanda:
- Fuselagem traseira, em alumínio (AL): 2.100 horas
- Fuselagem dianteira do avião monoposto, em alumínio: 4.800 horas
- Fuselagem dianteira do avião biposto, em alumínio: 6.400 horas
- Caixão das asas, em compósitos: 1.300 horas
- Cone de cauda, em alumínio e metal duro (AL/HM): 160 horas
- Freio aerodinâmico, em alumínio: 80 horas
Ainda sobre complexidade e horas de trabalho, Marcelo Lima exemplificou que uma seção de fuselagem dianteira necessita de mais de 14.000 rebites cravados.
O chamado “draft layout” da fábrica, com a divisão das áreas de produção de cada parte, já foi estabelecido em seu aspecto inicial, embora deva ser aperfeiçoado ao longo da instalação das estações de trabalho, máquinas e ferramental, nos próximos dois anos, em conjunto com os fornecedores contratados. Ainda que o galpão estivesse vazio de equipamentos, uma primeira ideia era vista em ambiente de realidade virtual, numa estação montada para o evento (a simulação foi produzida pela Akaer, e a imersão no ambiente dos visitantes era auxiliada por pessoal da empresa).
Aproveitando a chegada antes da hora, foi possível ao Poder Aéreo “percorrer” calmamente todas as seções virtuais da futura instalação real, saltando de uma estação de trabalho a outra e observando detalhes das peças fixadas em seus locais, como a montagem das seções da fuselagem dianteira em posição invertida, assim como dos caixões das asas em posição vertical. Aos convidados que não chegaram a experimentar esse ambiente virtual, uma rápida animação em 3D foi projetada para mostrar como deverá ficar a fábrica em 2020.
‘Paperless’ – O Poder Aéreo perguntou ao diretor da SAM, durante a coletiva de imprensa ao final do evento, se o processo de fabricação que será implantado na unidade traz inovações frente ao que já é feito em aeroestruturas no Brasil, e quais seriam, em caso afirmativo. Marcelo Lima respondeu que todo o processo de industrialização da SAM conta com equipe no Brasil e na Suécia, desenvolvendo o plano industrial, que é baseada num ambiente totalmente digitalizado, ou “paperless” (sem papel), sendo este o principal diferencial nos processos, o que é chamado de “Desenvolvimento baseado em modelo” (Model-based development – MBD).
O Poder Aéreo teve a oportunidade de conhecer a abordagem da Saab quanto a MBD em Linköping, há dois anos, quando da apresentação do protótipo do Gripen E na Suécia (exemplar conhecido na empresa como 39-8). Resumidamente, a aeronave é toda projetada em computador, em modelo 3D que contém todas as informações como dimensões, tolerâncias, métodos de fabricação, informações de montagem, materiais, entre outros dados.
Cada funcionário utiliza seu próprio computador, no qual acessa os bancos de dados comuns a toda a fábrica, que são atualizados e podem ser acessados simultaneamente, num sistema de gestão online. Dois aspectos de segurança foram destacados pelo diretor da SAM sobre esse conceito: o funcionário tem sempre a informação mais atualizada de qualquer aspecto produtivo, evitando erros de produção, e a informação não sai do ambiente de fábrica. Outro benefício é o ambiental (menos consumo de papel).
Como se está implantando dois fatores novos ao mesmo tempo: uma nova fábrica, saída do zero (diferentemente, por exemplo, de se adaptar uma fábrica existente na Suécia ao novo modelo), e um novo produto (o Gripen E/F), ainda que isso aumente a complexidade do empreendimento e os desafios, permite que se possa inovar em todos os aspectos, trazendo uma diferenciação competitiva à SAM, assim como novos conceitos e tecnologias para o capital humano.
Perspectivas – Tratamos principalmente aqui dos planos de curto e médio prazo mencionados ao início da matéria, restando os de longo prazo. Em material de divulgação distribuído no evento, o próprio diretor geral resume o que se espera da empresa em meados da próxima década, após a entrega das 36 aeronaves da encomenda brasileira, das quais 15 serão produzidas no Brasil (incluindo as partes estruturais fabricadas na SAM), sendo 7 delas do tipo biposto (o primeiro Gripen F, biposto, dos 8 encomendados pela Brasil, será produzido na Suécia).
Segundo Marcelo Lima, “embora inicialmente atenda os pedidos dos caças Gripen pela Força Aéra Brasileira, em breve ela poderá atuar na produção de pedidos de exportação do caça para todo o mundo. Além disso, as instalações da fábrica também comportam a fabricação de estruturas de fuselagem complexas para o setor de aviação comercial, fazendo com que a inovação e a tecnologia prosperem e se ampliem”.
Sobre esse tema também falaram executivos do grupo Saab presentes ao evento, e que realizaram suas apresentações antes do diretor da SAM e participaram da coletiva de imprensa ao final. Jonas Hjelm, vice-presidente sênior da Saab e chefe da Área de Negócios da Saab Aeronáutica, disse que a empresa sueca espera vender entre 300 e 450 caças Gripen nos próximos 20 anos, cerca de 10% do mercado disponível, e lembrou que até hoje o caça sueco venceu 50% das licitações em que participou. Nesse sentido, Hjelm acredita que haverá muitas oportunidades para a SAM produzir partes do Gripen.
Uma das questões levantadas ao final do evento por jornalistas era se a SAM produziria partes apenas para os caças a serem fabricados no Brasil ou se também forneceria para a linha de montagem na Suécia, que vai atender à encomenda de 60 caças Gripen E encomendados pela Força Aérea Sueca. A resposta foi que a SAM também produzirá partes para o programa sueco, com o benefício extra que os fornecedores brasileiros da fábrica também entrarão na cadeia de suprimentos mundial da Saab.
Outro executivo da Saab presente ao evento, Mikael Franzén, chefe da Unidade de Negócios Gripen Brasil, afirmou que o envolvimento vai crescer para além dos 36 aviões da encomenda brasileira, sem mencionar números. Questionado sobre o interesse de outros clientes na América Latina, Jonas Hjelm mencionou a Colômbia como um país com bastante interesse no Gripen, e que no geral vê grande potencial na América Latina para o caça, sendo que todos os processos feitos no Brasil para o programa Gripen serão beneficiados com vendas na região, mas também para outros clientes no mundo.
Sobre o futuro da nova fábrica, Mikael Franzén afirmou que o objetivo é que a SAM se torne um fornecedor no nível “Tier 1” (de classe mundial) dentro da cadeia de suprimentos da Saab, e que vá além, conquistando mais clientes para ser um empreendimento sustentável financeiramente. Em sua apresentação no início do evento, Franzén também destacou números do que representa o envolvimento brasileiro no programa Gripen, no plano geral (as diversas empresas e profissionais envolvidos, não só a SAM): até 2024, 350 profissionais das empresas parceiras da Saab no Brasil e da FAB participarão de treinamentos práticos e teóricos na Suécia, o que representa cerca de 3,5 milhões de horas de treinamento e troca de conhecimento.
No momento, nessa troca (fora os 140 engenheiros do Brasil já treinados na Suécia e participando dos programas de transferência de tecnologia) há 25 engenheiros brasileiros sendo treinados na Suécia e 20 engenheiros suecos participando do desenvolvimento do Gripen no Brasil, nas instalações do Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN – Gripen Design and Development Network) em Gavião Peixoto, onde também atuam 100 engenheiros brasileiros. No âmbito geral do programa Gripen e em relação ao papel da SAM nesse processo, Franzén afirmou: “Estamos transferindo conhecimento e capacidade de produção de aeroestruturas complexas para o Brasil, cumprindo nosso acordo de offset. A fábrica já está se estruturando para fazer parte de uma cadeia global de suprimentos da Saab para os mercados de aviação civil e de defesa.”
Akaer – O presidente da Akaer, César Augusto Teixeira Andrade e Silva, também participou da apresentação do empreendimento e tratou do envolvimento da empresa na SAM. A Akaer, empresa de engenharia especializada no desenvolvimento de aeroestruturas, participa na estrutura financeira da fábrica como sócia minoritária (10%), sendo a majoritária (90%) a Saab sueca. A parceria com a Saab, porém, vem desde 2009, quando a Akaer foi contratada para desenvolver o projeto de segmentos da fuselagem do Gripen, quando o programa F-X2 de seleção do novo caça para a FAB ainda estava em seu início (a seleção do Gripen ocorreu no final de 2013)
Por sua vez, em 2012 a Saab passou a investir em participação acionária na Akaer, inicialmente adquirindo 15% da empresa, subindo para 25% em 2017, e agora essa participação está em 28% (ampliação resultante de uma troca de ações), que Silva fez questão de dizer que não se limita a investimento financeiro, mas de “parceria e transferência de tecnologia”, frisando que o comando da empresa é brasileiro.
O resultado dessa parceria, segundo César Augusto Silva, é que a Akaer “cresceu quatro vezes desde 2013” e hoje pode buscar maior internacionalização e “ampliar áreas de negócios para trazer soluções mais completas para o país.” Segundo Mikael Franzén, o trabalho da Akaer, que “começou com o desenvolvimento de partes estruturais e engenharia”, com a participação na SAM faz a empresa atuar “também na área de manufatura”. Desde 2009, a Akaer já trabalhou “mais de meio milhão de horas para o programa Gripen”, segundo o executivo da Saab.
Presenças da FAB – Além dos executivos já mencionados, vale destacar a presença de militares da FAB envolvidos no programa do Gripen, seja à época da seleção, seja agora, entre eles o tenente brigadeiro do ar Juniti Saito, ex-comandante da Aeronáutica, major brigadeiro do ar Antonio Ricardo Pinheiro Vieira (DIRMAB), major brigadeiro do ar Sergio de Matos Mello (DIRINFRA), major brigadeiro do ar José Augusto Crepaldi Afonso (COMGAP), brigadeiro do ar Márcio Bruno Bonotto (COPAC), entre outras autoridades.
Ao final do evento, executivos da Saab ligados ao programa Gripen e um dos pilotos de provas da empresa que participou da coletiva ao final, Hans Einerth, posaram em frente à réplica do Gripen E que foi levada para o evento.
ASSISTA AO VÍDEO EM 3D DA SAM – Saab Aeronáutica Montagens
Na próxima matéria: estágio atual do programa Gripen, conversa com piloto de provas da Saab, Hans Einerth, e mais imagens da réplica do Gripen E.