Uma aeronave de ataque Tornado da Força Aérea Alemã desdobrada em Al-Asrak, na Jordânia, em operações contra o ISIS. A Alemanha planeja aposentar seus Tornados até 2025, e quer selecionar um substituto. (Foto da Luftwaffe)

Uma aeronave de ataque Tornado da Força Aérea Alemã decola para Al-Asrak, na Jordânia, para operações contra o ISIS. A Alemanha planeja aposentar seus Tornados até 2025, e quer selecionar um substituto. (Foto da Luftwaffe)

Por Gerhard Hegmann e Gesche Wüpper

Um dos principais gerentes da Airbus alertou o governo federal alemão sobre desprezar a França em sua aquisição de aeronaves.

Dirk Hoke, diretor executivo da Airbus Defence and Space, alertou o governo alemão contra a compra do caça F-35 da Lockheed Martin. “Assim que a Alemanha adotar o F-35, a cooperação em todas as questões de aeronaves de combate com a França vai morrer”, disse Hoke em entrevista à Welt Am Sonntag, antes da ILA International Aerospace Exhibition.

Pela primeira vez, o avião de combate dos EUA será apresentado como um possível sucessor do avião de ataque Tornado alemão. Ao mesmo tempo, no entanto, mais detalhes devem ser divulgados sobre o desenvolvimento de um caça totalmente novo, que pela primeira vez a França e a Alemanha querem desenvolver em conjunto. O projeto foi anunciado há quase um ano pelo presidente francês Emmanuel Macron e pela chanceler alemã Angela Merkel (CDU).

O futuro jato de caça franco-alemão deve se tornar um bloco de construção de um sistema global chamado Future Combat Air System, compreendendo drones, mísseis e satélites de reconhecimento, e cujos custos de desenvolvimento são estimados em até 80 bilhões de euros.

“Ambos os lados estão prontos para se comprometer”

O gerente da Airbus, Hoke, vê uma oportunidade histórica na competição com a França no jato de combate. “A Europa precisa definir sua soberania com mais clareza e afirmar claramente que precisamos manter a independência na defesa e no espaço”, enfatizou.

Quando se trata de exportar caças, a Hoke espera padrões europeus comuns, ou pelo menos um acordo entre os dois países para não um não bloquear o outro. Essa é a única maneira de ser um fornecedor confiável. “Nosso negócio entra em colapso quando, por razões políticas, somos percebidos como um parceiro inseguro”, diz Hoke.

Sobre a questão da liderança do projeto de bilhões, Hoke afirma pragmaticamente: “Ambos os lados estão prontos para encontrar compromissos e acelerar os tópicos”. O projeto em si é definitivamente mais importante que a liderança.

Até agora, a empresa de defesa Dassault está construindo o caça Rafale na França, enquanto a Alemanha opera o Eurofighter, em cuja construção e desenvolvimento a Airbus está envolvida.

FONTE: Welt am Sonntag

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