O Poder Aéreo da FAB nos anos 1970/80
Fotos feitas do alto do Hangar do Zeppelin na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, nos anos 70 (acima) e 80 (abaixo).
A foto acima feita provavelmente no Dia de Aviação de Caça de 1974, mostra 4 Dassault Mirage IIIEBR e 2 IIIDBR, 22 jatos Embraer AT-26 Xavante e 8 Lockheed TF-33 Shooting Star.
No canto inferior direito vê-se a ponta da asa e reator de um dos últimos Gloster Meteor F8 da FAB, pintado no mesmo padrão dos Xavantes. A foto foi feita um pouco antes da chegada dos caças Northrop Tiger II F-5E/B.
Na última foto abaixo, aparecem 12 caças F-5E, 20 jatos AT-26 Xavante e dois Mirage IIIEBR.
O período compreendido entre o final dos anos 1960 e o início dos anos 70 foi difícil para a FAB, pois os jatos estavam atingindo rapidamente o limite de sua vida útil, principalmente os Gloster Meteor.
A FAB tinha então quatro Esquadrões de Caça: na Base Aérea de Santa Cruz, o 1º/1ºGC (Primeiro Esquadrão do 1º Grupo de Caça) e o 2º/1ºGC (Segundo Esquadrão do 1º Grupo de Caça), operando Meteors, na Base Aérea de Canoas, o 1º/14º GAv (Primeiro Esquadrão do 14º Grupo de Aviação), também operando Meteors e, na Base Aérea de Fortaleza, o 1º/4ºGAv operando o F-80.
Como a Aviação de Caça tinha sido esquecida pelos sucessivos Governos, mesmo os militares, não havia recursos financeiros para adquirir aeronaves em número suficiente para substituir as aeronaves que iam sendo aposentadas.
A solução “tampão” foi adquirir, em meados dos anos 60, velhos jatos AT-33 da USAF. Na verdade, eram treinadores T-33 armados, que de tão cansados foram desativados já em 1975.
Outra salvação para os esquadrões de caça da FAB foi o acordo de fabricação sob licença no Brasil pela Embraer, do treinador a jato italiano Macchi MB326GB, que aqui ficou conhecido como Embraer EMB-326GB Xavante.
A chegada dos Mirage III
O Presidente Médici liberou a aquisição, em 1970, de 16 aeronaves Mirage III (12 do modelo E e 4 do modelo D bipostos) ao custo total do Programa de US$ 69 milhões (sendo cada aeronave cotada a US$ 1,15 milhão cada, US$ 19 milhões de armamento/ mísseis/munição e o restante em equipamento de apoio, pista, hangar etc).
A aquisição dos Mirage IIIEBR pela FAB não resolveu o problema dos Esquadrões de Caça, pois estes aviões foram alocados numa nova unidade de interceptação, a 1ª Ala de Defesa Aérea, instalada na Base Aérea de Anápolis no Planalto Central.
A FAB deixou claro aos americanos que se a permissão de compra do F-5 não fosse dada, ela iria adquirir jatos de outro tipo em qualquer outro país. Provavelmente a FAB iria comprar a versão de ataque do Mirage, o Mirage 5.
A chegada dos F-5
Finalmente, em outubro de 1974, durante o governo Geisel, a FAB recebeu o sinal verde do Governo Americano e encomendou à Northrop 42 caças Northrop F-5 (36 do modelo E, Tiger II e 6 do modelo B), ao preço na época de 72 milhões de dólares.
A aquisição dos F-5 permitiu à FAB equipar somente três dos seus Esquadrões de Caça. O 1º/4º GAV foi reequipado com o AT-26 Xavante (outros esquadrões, entre já existentes e novos, tanto da aviação de ataque como da de reconhecimento, também foram equipados com o Xavante e, posteriormente, com o AMX).
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