Avanços na tecnologia militar dão vantagem à China na Ásia-Pacífico
De Yang Sheng
A China fez conquistas significativas na tecnologia de radar e bombardeiros estratégicos, de acordo com cientistas que trabalham nesses campos, acrescentando que seus radares militares agora podem detectar todos os tipos de caças furtivos e bombardeiros desdobrados na região da Ásia-Pacífico.
Hu Mingchun, diretor do instituto de pesquisa No.14 da China Electronic Technology Group Corporation (CETC), e também deputado do Congresso Nacional do Povo, disse à imprensa: “A tecnologia de radar da China está se aproximando do nível mundial ou é tão avançada como a tecnologia estrangeira em geral. Agora estamos no estágio de avançar para o protagonismo.”
“Em algumas áreas, a China já usa a mais avançada tecnologia de radar do mundo, como radares multifuncionais baseados em navios e radar de alerta antecipado”, disse Hu em 29 de março, segundo o jornal chinês thepaper.cn.
Desafios crescentes
Nos últimos anos, os EUA e seus aliados desdobraram várias aeronaves stealth em toda a China na região da Ásia-Pacífico.
Em outubro de 2017, 12 caças F-35A chegaram ao Japão, marcando a primeira missão do F-35 da Força Aérea dos EUA na região da Ásia-Pacífico, informou o Defense News.
Mais F-35 serão desdobrados nos próximos anos, relatou o Jane’s 360.
“Desde que os EUA desenvolveram o F-117, em 1981, o crescente desenvolvimento e a entrada em serviço de aeronaves furtivas trouxeram sérios desafios à defesa aérea nacional de outros países”, disse Hu.
“Tendo como alvo a nova geração de stealth de alta altitude, alta velocidade e avançada capacidade stealth, a nova geração de radares anti-stealth da China foi desenvolvida e, através da prática, sua capacidade em combate real foi comprovada. A competição tecnológica entre stealth e as tecnologias anti-stealth não vão parar a longo prazo”, observou Hu.
Em novembro de 2016, o radar anti-stealth YTC-8B da CETC, desenvolvido pelo instituto de pesquisa No.14, foi exibido no Airshow China 2016 em Zhuhai, província de Guangdong, sul da China.
“Os radares anti-furtivos da China podem detectar todos os tipos de aeronaves furtivas que os EUA desdobraram na região Ásia-Pacífico, incluindo o F-22, F-35 e B-2, o que significa que quando os EUA quiserem usar esses aviões para deter a China, eles precisam levar em consideração esses sistemas de radar, porque eles serão detectados por radares chineses e abatidos em combate real”, disse Song Zhongping, um especialista militar e comentarista da Phoenix TV, ao Global Times.
Alerta Aéreo Antecipado
Além dos radares anti-stealth, a China também possui um sistema de alerta aéreo antecipado de longo alcance, tornando-se o terceiro país depois dos EUA e da Rússia com a capacidade de conduzir o desenvolvimento independente desse tipo de radar, disse Hu. “Isso estabeleceu uma base sólida para o sistema de alerta aéreo antecipado antimísseis da China.”
Esse tipo de radar tem como alvo ameaças estratégicas, como mísseis balísticos entrantes, proporcionando tempo suficiente para o sistema interceptar o míssil, disse Song.
A China também fez grandes avanços em bombardeiros estratégicos. O H-6k não é um bombardeiro recém-desenvolvido, mas sua crescente presença na região da Ásia-Pacífico mostra que a China está cada vez mais confiante em usar sua estratégia de dissuasão, disse um estudioso de uma academia militar de Beijing que pediu anonimato.
“Uma potência nuclear deve ter múltiplas medidas estratégicas de dissuasão, incluindo mísseis balísticos terrestres, submarinos nucleares e bombardeiros estratégicos. Embora atualmente o H-6k não esteja no mesmo nível dos bombardeiros estratégicos stealth mais avançados dos EUA e da Rússia, é suficiente para a China “para dissuadir secessionistas em Taiwan, uma vez que pode levar bombas e mísseis de cruzeiro para atacar alvos militares de todas as direções na ilha”, observou.
De acordo com a agência de notícias Xinhua, He Shengqiang, chefe da equipe responsável pelo desenvolvimento do H-6k sob a Corporação da Indústria de Aviação da China, disse que “as capacidades da H-6k em contramedidas de informação e consciência situacional já alcançaram a terceiro e quarto geração de bombardeiros”.
“O desenvolvimento dos futuros bombardeiros é nosso dever na nova era e precisamos nos tornar o fabricante padrão dessa tecnologia e desempenhar o papel principal na modalidade de combate do futuro bombardeiro”, completou.
A nova geração H-20 da China, que se acredita ser um bombardeiro estratégico semelhante ao B-2, está em desenvolvimento.
FONTE: Global Times