Por falta de pilotos, USAF estuda aprovar aviadores graduados pela primeira vez em 75 anos
Por Oriana Pawlyk
Eugene Taylor lembra de quando aviadores graduados como ele voavam.
Taylor, que se alistou em 1968 e foi enviado para o Vietnã, primeiro trabalhou como técnico de aviônica. Quase uma década depois, Taylor, um sargento técnico, tornou-se um instrutor de simulador de voo do T-37 e T-38 com a 71ª Ala de Treinamento da Base Aérea de Vance, em Oklahoma. Ele se tornou tão perito que ocasionalmente foi dada a chance de pilotar o T-38, com a permissão do piloto, durante os voos no estado.
Já se passaram décadas desde que os aviadores graduados tiveram a chance de se sentar no cockpit. Mas como a USAF enfrenta a maior escassez de pilotos desde a sua criação, os líderes de serviço estão contemplando um retorno a um modelo que inclui pilotos graduados. Um estudo da Rand Corp., programado para ser concluído este mês, está explorando a viabilidade de trazer de volta um corpo de suboficiais (warranty officers) para esse propósito. E outro estudo separado da Força Aérea dos EUA está examinando, em parte, se os pilotos graduados poderiam se beneficiar de novos treinamentos de alta tecnologia que alavancam inteligência artificial e simulação.
Com esses movimentos, a Força Aérea está avançando alguns passos mais perto de um dia obter aviadores graduados de volta ao cockpit, de maneira formal, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
“Nós recrutamos pessoal subalterno da Guarda e componentes da reserva que têm licenças de piloto privado e voam para as companhias aéreas. Portanto, não é uma questão de poder fazer isso, ou ter a inteligência ou a capacidade, é apenas uma questão de nós, como uma Força Aérea, decidir que essa é uma rota que queremos seguir”, disse o Chief Master Sgt. Kaleth O. Wright, o 18º Sargento Chefe da Força Aérea.
O site Military.com se reuniu com o principal líder do serviço no mês passado para falar sobre os aviadores graduados e reinstituir o programa de warranty officers.
“É algo de que nos afastamos há anos, e não vou dizer que não estivemos dispostos a recolocá-lo em prática”, disse Wright, de ter pilotos graduados. “Não é nada que não possamos superar.”
Criando um novo quadro de pessoal
Wright observou que pode haver alguns solavancos na estrada antes que um quadro graduado possa ser instituído.
O principal desafio seria estruturar um caminho de desenvolvimento de carreira apropriado para esses aviadores, respondendo a perguntas sobre quando e como eles seriam promovidos e quando eles iriam rotacionar para um novo esquadrão. Wright disse que, até o momento, os oficiais “flutuam naturalmente” para um comandante de esquadrão ou comandante de base, de acordo com um sistema que está em vigor há décadas, mas questionou se o mesmo sistema funcionaria para pilotos graduados.
Além disso, o serviço teria que estudar se os aviadores graduados deveriam ter o direito de empregar armas de uma aeronave.
“Seja tripulado ou não tripulado, se houver um aviador graduado que esteja voando e empregando armas, isso exigirá que certas autoridades tenham que autorizar”, disse Wright.
Por exemplo, pilotos graduados de aviões estão atualmente autorizados a pilotar aeronaves remotamente pilotadas como o drone RQ-4 Global Hawk, uma plataforma somente de vigilância.
“Isso é apenas parte da nossa antiga doutrina, na qual o emprego de armas é de autoridade e responsabilidade dos oficiais”, disse ele.
Reinstituir o programa do warranty officer também pode ajudar os líderes a decidir sobre políticas aceitáveis que “determinem se isso nos torna uma força de combate mais letal e pronta”, disse Wright.
“O que se trata não é apenas de aviação ou de voo – trata-se de manter o conhecimento técnico”, disse Wright. “Em alguns casos, ter warranty officers nos permitirá manter esse talento e manter essas pessoas fazendo o que amam.”
FONTE: military.com