Eurofighter Typhoon no RIAT 2016

Eurofighter Typhoon no RIAT 2016

Andrea Shalal

BERLIM (Reuters) – O Ministério da Defesa da Alemanha disse no dia 28 de fevereiro que o seu plano de dar prioridade ao avião de combate europeu sobre os concorrentes dos EUA, em uma competição para substituir os velhos jatos Tornado, reterá a experiência aeronáutica na Europa e continuará a usar um sistema comprovado.

O Ministério da Defesa alemão, em uma carta a um legislador dos Verdes, reconheceu que a estratégia da força aérea alemã recomendava o uso paralelo de dois modelos diferentes de caças, mas afirmou que não era “uma diretriz vinculativa”.

O ministério disse em dezembro que o Eurofighter Typhoon era o principal candidato para substituir seus jatos Tornado em 2025. Ele disse que não compartilhava a opinião do chefe da Força Aérea Alemã, Georg Muellner, que havia indicado que ele preferia o jato de combate furtivo F-35, da Lockheed Martin Corp.

Os últimos comentários aconteceram depois que o legislador dos Verdes, Tobias Lindner, pediu ao ministério que explicasse essa posição, e como ela se relacionava com a estratégia da força aérea em operar dois modelos diferentes de caças, com o objetivo de garantir a capacidade de continuar as operações no caso de toda a frota ser “groundeada”.

O vice-ministro da Defesa, Ralf Brauksiepe, disse a Lindner que uma decisão final sobre a substituição do Tornado seria feita somente após uma avaliação abrangente dos dados fornecidos pelos fabricantes de aeronaves.

Ele disse que o ministério pretendia comprar uma aeronave de combate que já estava disponível no mercado e que seria principalmente o Eurofighter, bem como o Lockheed F-35 e os aviões de combate F-15E e F/A-18E/F construídos pela Boeing Co.

“Uma possível compra do Eurofighter garantiria a retenção de conhecimentos de aeronaves militares na Alemanha e na Europa, e a criação de valor em nosso próprio país”, disse ele na carta. “O sistema de armas já foi introduzido na Bundeswehr (forças armadas) e está sendo usado com sucesso”.

Esses fatores, ele disse, teriam que ser “considerados” na avaliação das diferentes aeronaves.

Lindner disse que o tratamento preferencial do Ministério ao Eurofighter sublinhou o problema que afeta muitos grandes programas de compras. “Existe uma tendência para dar preferência às construções domésticas (armas) e à criação de valor em casa em relação às opções já disponíveis no mercado e, portanto, provavelmente menos arriscadas”, afirmou.

Lindner disse que os recentes programas alemães de compras mostraram que se concentrar demais nos fatores de política industrial poderia levar a contratos com baixo desempenho.

O programa multinacional europeu A400M, por exemplo, enfrentou enormes dificuldades de custo e desafios técnicos.

A carta de Brauksiepe ocorre pouco depois de o governo dos EUA ter dito aos países da União Europeia que ela e outros países fora da UE deveriam desempenhar um papel “robusto” na integração da defesa europeia, incluindo o acesso a futuros contratos públicos.

Funcionários dos EUA forneceram briefings secretos sobre os jatos da Lockheed e da Boeing para oficiais militares alemães enquanto se preparam para lançar uma competição para substituir a atual frota de cerca de 90 jatos Tornado – um acordo que valerá bilhões de euros para o licitante vencedor.

FONTE: Reuters

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