Marinha reduz número de jatos AF-1 Skyhawk modernizados pela Embraer
O Jane’s noticiou que a Força Aeronaval da Marinha do Brasil receberá seis caças McDonnell Douglas Skyhawk modernizados (três AF-1B monopostos e três AF-1C bipostos), em vez de nove AF-1Bs e três AF-1Cs como originalmente planejado em abril de 2009 em contrato com a Embraer.
O movimento é devido ao orçamento restritivo do Brasil, a sua decisão de eliminar seu porta-aviões São Paulo (A12) e sua esperança de preservar a capacidade de operar aeronaves embarcadas.
Um AF-1C deve ser entregue nas próximas semanas e um AF-1B será entregue em agosto, informou a Marinha ao Jane’s. O primeiro AF-1B foi entregue em maio de 2015 e o segundo em abril de 2016, mas a última aeronave caiu no mar em 26 de julho de 2016.
Modernização
No dia 11 de maio de 2011, a Marinha do Brasil (MB) aprovou a implementação de melhorias no programa de modernização das aeronaves AF-1/1A para alterar a concepção das novas aeronaves AF-1B/C. O contrato original foi celebrado em em abril de 2009.
Naquela época, a Embraer não possuía condições técnicas e nem conhecimento da aeronave AF-1/1A para precificar, dentro do prazo disponível, algumas melhorias na interface entre os sistemas modernizados e os que permaneceriam na aeronave.
Com o passar do tempo, a Embraer foi adquirindo experiência no projeto e, submeteu a arquitetura aviônica da aeronave modernizada à MB.
O Setor Operativo, com a corroboração do Setor de Material, solicitou a incorporação de equipamentos novos e modificações em alguns sistemas, a fim de aumentar a capacidade operativa das aeronaves AF-1/1A e, com isso, viabilizar o seu emprego em operações combinadas.
Os principais pontos do Programa de Modernização dos jatos A-4KU Skyhawk II (AF-1) da Marinha são os seguintes:
- Revisão Geral das aeronaves (PMGA);
- Novo radar com inúmeras capacidades (Elta 2032);
- Sistema OBOGS (On Board Oxygen Generation System), para geração de oxigênio proveniente da atmosfera para os tripulantes, sem a necessidade de abastecimento das atuais garrafas de oxigênio;
- Novo sistema de geração de energia, com a substituição dos antigos geradores e conversores;
- Novos rádios para realizar, automaticamente, comunicação criptografada e a transmissão de dados via data-link;
- Sistema inercial (EGI) de última geração;
- HOTAS (Hand On Throttle and Stick), mão sempre no manche;
- Novo HUD (Head Up Display);
- Dois display tático 5”x7”, Color Multi-Function Display (CMFD;
- Computador principal para cálculo de navegação e balístico, permitindo ao piloto o emprego dos armamentos (bombas, metralhadora e futuramente o míssil MAA-1B)
- Revisão Geral dos motores.
- Instalação do Radar Warning Receiver (RWR): possibilita à aeronave detectar e se evadir de ameaças, como mísseis e caças inimigos, o que aumenta a capacidade de sobrevivência da aeronave e a probabilidade de sucesso nas missões;
- Instalação do 3º Rádio VHF: capacita a aeronave a operar seus dois rádios ROHDE SCHWARZ na transmissão de dados via data-link, enquanto permanece com a escuta dos órgãos ATC (Air Traffic Controler);
- Revitalização do Piloto Automático: possibilita ao piloto gerenciar seus sistemas, permitindo maior concentração na missão imposta;
- Integração do Radar Altímetro e do TACAN: facilita ao piloto focar a sua atenção em apenas um instrumento (a tela do CMFD que concentrará todas estas informações), aumentando assim sua consciência situacional quando operando do porta-aviões e quando voando em condições de voo por instrumento;
- Integração dos instrumentos do motor: possibilita ao piloto receber os avisos aurais dos limites de funcionamento do motor, concentração das informações em uma única tela e melhor visualização das informações dos indicadores; e
- Estações de briefing e debriefing: possibilitam ao piloto condições de preparar melhor a missão, garantindo assim um maior aproveitamento, economia de utilização dos equipamentos aviônicos, melhor disposição das informações geradas em vôo para treinamento das equipagens e avaliação das missões.
A modernização proporciona à MB a oportunidade de operar um vetor aéreo no estado da arte, quanto à aviônica e sistemas embarcados, qualificando-a a empregar suas aeronaves em operações aeronavais e aéreas, nacionais e internacionais, o que aumentará significativamente a operacionalidade da Aviação Naval da Marinha.