Japão considera caças F-35B para defender ilhas remotas e equipar navio da JMSDF
O governo japonês está considerando operar aviões de combate F-35B a partir do ano fiscal de 2026, em um esforço para utilizar aeroportos em ilhas remotas e, assim, melhorar a capacidade da nação para defender as ilhas, informou o jornal Yomiuri Shimbun.
Considerados os caças furtivos mais avançados, os F-35Bs são atualmente operados pelos militares dos EUA com base no Japão.
O governo japonês também está analisando a operação dos caças no Izumo, o maior destróier porta-helicópteros da Força Marítima de Autodefesa do Japão (JMSDF) e que Tóquio está considerando converter para operar como um porta-aviões, de acordo com fontes governamentais.
O governo decidiu introduzir 42 aviões de combate F-35A – que são capazes de decolar e aterrissar em pistas comuns – como um sucessor dos velhos caças F-4 Phantom II. O primeiro caça F-35A foi desdobrado na Base Aérea Misawa da Força Aérea de Auto-Defesa do Japão (JASDF) na Prefeitura de Aomori no mês passado.
Quanto ao F-35B, o governo planeja indicar o número de aeronaves a serem adquiridas no próximo Programa de Defesa de Médio Prazo, que será compilado no final deste ano. Também está refletindo despesas relacionadas no plano orçamentário fiscal de 2019, com o objetivo de iniciar a entrega de F-35Bs em torno do ano fiscal de 2024, segundo as fontes.
O F-35B provavelmente será definido como um sucessor do F-15, o principal caça da JASDF. Um plano é apresentar cerca de 20 a 40 F-35Bs, o que corresponderia a um ou dois esquadrões. Tóquio também está considerando aumentar o número de F-35As no próximo programa de defesa de meio termo, de acordo com as fontes.
A introdução do F-35B facilitaria o uso de aeroportos comerciais em ilhas remotas.
O comprimento mínimo da pista de decolagem requerido para o caça avançado para decolar é relativamente curto, tornando mais provável a possibilidade de decolar mesmo quando a pista de pouso em sua base está sob ataque.
O governo está considerando destacar o objetivo de fortalecer a capacidade de operações contínuas de combate nas Diretrizes do Programa de Defesa Nacional, que deverá ser revisada no final do ano. A Base Aérea Nyutabaru da JASDF em Shintomi, Prefeitura de Miyazaki, é indicada como uma base possível para o F-35B ser operado.
O governo também está analisando a conversão do destróier porta-helicópteros Izumo em um porta-aviões – onde aviões de combate podem decolar e pousar – reforçando a resistência ao calor no convés do navio. Tem como objetivo iniciar a operação do porta-aviões no início dos anos 2020.
A partir deste ano fiscal, a JMSDF encomendou a uma empresa de construção naval para realizar um estudo sobre o aprimoramento da capacidade de operação da aeronave no Izumo.
O ministro da Defesa, Itsunori Onodera, sugeriu em uma reunião do Comitê de Orçamento da Câmara dos Deputados na quinta-feira que o governo está considerando operar o F-35B. O estudo sobre o Izumo está sendo realizado “com a aeronave recentemente desenvolvida em mente”, disse o ministro.
O Izumo convertido é planejado para ser utilizado como uma base de fornecimento para defender ilhas remotas. Por enquanto, o governo quer que os militares dos EUA operem o F-35B, mas também planeja operar o caça avançado por conta própria, aprendendo o “know-how” operacional ao lado dos EUA em relação à decolagem e pouso de caças, de acordo com as fontes.
Existem 201 aviões de combate F-15 – que foram introduzidos pela primeira vez no ano fiscal de 1980 – atualmente sendo operados. Destes, 102 continuarão sendo aprimorados e usados no futuro instalando equipamentos, como novos tipos de dispositivos eletrônicos. Os 99 restantes, sem serem aprimorados, deverão ser substituídos por F-35B, bem como por um caça sucessor do F-2, disseram as fontes.
FONTE: The Yomiuri Shimbun