Golpe para a Embraer: Aerolineas Argentinas anuncia a desativação da sua frota de E-Jets

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E190 da Austral Líneas Aéreas

E190 da Austral Líneas Aéreas, do Grupo Aerolíneas

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Aéreo

O presidente da companhia Aerolineas Argentinas, Mario Dell`Acqua, anunciou, em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (29.12), em Buenos Aires, que, mês que vem, terá início o processo de substituição das aeronaves Embraer 190, de 90 lugares, que integram a frota da Austral Líneas Aéreas, por outros jatos de maior porte.

Executivo da área de mineração e infraestrutura, Dell’Acqua, de 63 anos, assumiu o comando da aérea argentina a 21 de dezembro de 2016, em substituição à brasileira de ascendência argentina Isela Angélica Costantini, pontuando que nada entendia de Aviação Civil e que precisaria de ajuda para se desempenhar na nova função (para a qual foi indicado pelo presidente Mauricio Macri).

“Está comprovado que é mais econômico voar as rotas que temos hoje com aviões de 170 assentos do que com aviões de 90”, afirmou o executivo em sua entrevista, “mais ainda se levamos em conta o crescimento que está tendo o setor aéreo comercial do nosso país”.

Dell’Acqua deu essas declarações no 5º andar do Ministério da Fazenda argentino, ao lado do gerente geral de sua companhia, Abbott Reynal, e do ministro dos Transportes da Administração Macri, Guillermo Dietrich – a quem Costantini atribui a sua destituição do grupo Aerolineas.

“Além daquilo que significou a operação dos Embraer para Aerolineas e dos sobrepreços que foram pagos”, lembrou o executivo argentino, “coisa que deverá investigar a Justiça, o real é que os custos são sensivelmente menores quando voamos com um 737-800 do que quando o fazemos com os Embraer”.

Segundo o presidente da Aerolineas, “voar com um avião 737 tem um custo 25% maior que o de um Embraer, mas a capacidade da aeronave é 60% maior, pelo que, se enchemos esse avião, os números [da operação financeira] fecham bem mais acima, com o quê nós vamos concretizar a substituição gradualmente, ainda que num primeiro passo já esteja previsto que mudemos 12 aeronaves”.

A Austral opera 26 jatos E-190, modelo largamente utilizado por outras empresas de renome, como a American Airlines, a Air Canada e a JetBlue.

Opções – Dell’Acqua lembrou que, em 2017, a Aerolineas incorporou oito novos aviões, entre eles um Boeing 737-800 Max, e revelou: além dos jatos da Embraer, também dois Airbus 340 – “de alto custo operacional e sem [peças de] reposição” – serão desprogramados em 2018.

Outra meta da Aerolineas é definir, no curso do próximo ano, qual o modelo de avião que será adotado para os voos internacionais da companhia.

As opções, segundo Dell’Acqua, são o Boeing 777, o Boeing 787 e o Airbus 350.

“Hoje temos o Airbus 330, que é um avião que, no futuro, não resultará competitivo porque já faz dois anos que não é mais fabricado e, ainda que funcione bem, não responde ao que estamos planejando”.

Consoante com essas observações, a Aerolineas cancelou, temporariamente, os seus voos para Barcelona, realizados com o A-330, e decidiu usar as aeronaves Boeing 737-800 Max em suas rotas para o Caribe.

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