Aviação Indiana especifica A330 AWACS aptos a reabastecer no ar
A IAF também confirma: todos os três jatos brasileiros 145 serão convertidos à função de Alerta Aéreo
Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Aéreo
O cientista indiano S. Christopher, de 62 anos, Chairman da Organização para a Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa (DRDO na sigla em inglês) anunciou que, por requisição da Força Aérea do seu país, todos os seis jatos Airbus A330 que estão sendo adquiridos para serem configurados para a função AWACS (Airbone Warning and Control System – Sistema de Controle e Alerta Aéreo) deverão possuir capacidade de reabastecimento em voo.
Christopher deu a notícia durante uma entrevista exclusiva concedida à agência de notícias Indo-Asia News Service, divulgada nesta quinta-feira (30.11).
O diretor da DRDO contou que o esquema de vigilância aérea da Aviação Militar Indiana contará com outros dois elementos: o término do programa de conversão dos jatos Embraer 145 em aeronaves AWACS, e o sistema israelense centrado no radar Phalcon instalado em seis quadrirreatores de origem russa Beriev A-50, uma variante de vigilância aérea do conhecido cargueiro Ilyushin IL-76.
Varredura — O problema é que, até agora, a arquitetura de vigilância aérea montada pelos indianos provê capacidade de varredura em apenas 240 graus, o que significa que ela vasculha áreas em ambos os lados da aeronave, mas não na frente ou na parte de trás.
De qualquer forma, a confirmação da conversão dos dois outros jatos 145 em modelos AWACS é notícia para ser festejada pela companhia brasileira Embraer, pois atesta a aprovação do primeiro 145 configurado para a missão de vigilância no ar.
O avião foi dado como aceito pelos militares indianos em dezembro do ano passado, mas, até hoje, cumpre voos de certificação dos equipamentos que leva a bordo.
O recheio eletrônico do avião foi completamente desenvolvido na Índia, por especialistas do órgão dirigido por Christopher. E mostrou-se tão confiável que já foi até oferecido a nações amigas da Índia no Golfo Pérsico – com a ressalva de que o país comprador do sistema não precisa, necessariamente, levar também o jato da Embraer…
De acordo com o cientista do DRDO, todas as aeronaves incumbidas de vigiar o espaço aéreo indiano devem estar plenamente operacionais no espaço de sete anos (o que parece um desafio difícil de ser atendido a contento).
Oitenta por cento do custo do programa serão bancados por verbas da própria Força Aérea Indiana, mas o valor total desse investimento permanece um segredo.
Alcance — O sistema de alerta e controle dos A330 será desenvolvido pelo DRDO e proverá uma varredura de 360 graus, cujo funcionamento deverá ser facilitado pelo air-to-air refueller requerido pelos militares.
Aeronaves tripuladas hostis, drones e mísseis de cruzeiro poderão ser detectados a distâncias de até 400 km.
Mas as missões dos jatos Airbus deverão sempre receber uma escolta da Aviação de Combate Indiana.
“O AWACS voa com um avião amigo para protegê-lo”, admitiu Christopher, “que também pode ser abastecido pela mesma aeronave”.
O cientista revelou que um comitê do governo indiano – formado por representantes da DRDO, da Força Aérea Indiana e do Ministério da Defesa – realizou uma “verificação tecnológica” da plataforma, o que permitiu concluir: o Airbus A-330 pode ser usado para ambos os propósitos (vigilância aérea e transferência de combustível no ar).
O governo do Primeiro-Ministro Narendra Modi assinou com o grupo Airbus um termo de encomenda de seis aeronaves A330 com opção para mais duas.