F-35: risco grave de morte em ejeção ainda persiste
O grau de risco está em questão no Pentágono
Os assentos de ejeção defeituosos dos jatos de combate F-35, que os oficiais da Força Aérea disseram em maio que foram corrigidos, ainda representam um risco “sério” que provavelmente prejudicará ou matará quase duas dúzias de pilotos nos próximos anos, de acordo com um relatório interno de segurança da Força Aérea que oficiais mantiveram em segredo da imprensa.
O Escritório do Programa Conjunto F-35 — que administra a iniciativa de US$ 406,5 bilhões, o programa de armas mais caro da história — recusou-se a tentar salvar essas vidas realizando menos de um ano de testes adicionais que custariam relativamente poucos milhões de dólares, mostra o relatório.
Os testes de manequins em 2015 demonstraram que alguns pilotos do F-35 correm o risco de lesões no pescoço fatais se tivessem que ejetar nos assentos originais em algumas condições de emergência. Oficiais da Força Aérea disseram em uma coletiva de imprensa em maio que as mudanças feitas no assento desde então, incluindo um novo suporte de cabeça, resolveram essencialmente o problema.
“Estou confiante de que nossos pilotos não estão mais preocupados com o sistema de ejeção do F-35,” disse o brigadeiro general da Força Aérea Scott Pleus, um alto oficial que supervisiona o programa, disse a repórteres.
Mas duas semanas antes da coletiva de imprensa, o relatório interno da Força Aérea feito pelos principais especialistas em segurança da aviação do serviço, a Technical Airworthiness Authority, contou uma história diferente.
Vinte e dois pilotos serão feridos ou mortos nas próximas décadas, a menos que os assentos de ejeção atualizados sejam submetidos a testes adicionais para mostrar que eles funcionam em casos “off-nominal” – em outras palavras, quando o avião está fora de controle, não apenas em condições de voo ideais, disse o relatório de 1 de maio sobre “Aceitação de Risco Residual do F-35A”, obtido pelo site Roll Call.
Tais casos seriam raros – talvez 2 por cento das ejeções, por uma estimativa. Mas os resultados podem ser “catastróficos” para os pilotos, segundo o relatório.
Para “não menos de US$ 1 milhão” de testes que levariam de “nove a 12 meses”, o resultado poderia ser “sem perdas adicionais” de pilotos, segundo o relatório. Mas o escritório do programa “não concorda” com os testes recomendados, segundo o relatório.
Autoridades de assuntos públicos da Força Aérea da Wright-Patterson Air Force Base, em Ohio, onde o relatório de segurança foi produzido, recusaram-se a fornecer uma cópia do relatório e disseram que um pedido pela Lei de Liberdade de Informação teria que ser feito para obtê-lo.
Quebrando o canopy
A diretoria de testes operacionais do Pentágono concorda com a avaliação de segurança da Technical Airworthiness Authority – Autoridade de Aeronavegabilidade Técnica.
O programa F-35 “precisa realizar testes suficientes em condições “off-nominal” para caracterizar e avaliar adequadamente o efeito de ejeção nessas condições (isto é, fora de controle)”, disse o tenente coronel Roger Cabiness, um porta-voz do escritório de testes operacionais.
Outra preocupação dos oficiais de testes do Pentágono — que recebeu menos atenção do que o assento de ejeção — é o canopy de polipropileno polimérico do F-35, que sobe e se quebra antes do lançamento do assento de ejeção. A preocupação é que os “fragmentos do canopy podem atingir o piloto durante a seqüência de ejeção”, disse Cabiness, especialmente se o avião estiver fora de controle.
O sistema do canopy, também, não foi suficientemente testado para ver como ele funcionará quando o avião estiver fora de controle, argumentou o escritório de testes.
FONTE: Roll Call