Northrop F-20 Tigershark com dois mísseis ar-ar BVR AIM-7F Sparrow

Em 30 de agosto de 1982, o Northrop F-20A Tigershark fez seu primeiro voo. Durante o voo de teste de 40 minutos, o protótipo subiu a 40.000 pés e atingiu uma velocidade de Mach 1.04.

O desenvolvimento do Northrop F-20 Tigershark (inicialmente F-5G) começou em 1975 como uma evolução do F-5E Tiger II da Northrop, com um único motor GE F404 e uma suite de aviônica digital no estado da arte.

O famoso piloto Chuck Yeager, veterano da Segunda Guerra e o primeiro a bater a barreira do som, foi empregado como porta-voz da Northrop na época, e disse que o F-20 Tigershark era “magnífico”, o melhor caça que tinha pilotado.

A Northrop teve grandes esperanças para a F-20 no mercado internacional, mas as mudanças de políticas após as eleição de Ronald Reagan significaram que o F-20 tinha que competir por vendas contra o F-16, o último projeto de combate da USAF. O programa de desenvolvimento foi abandonado em 1986, depois de três protótipos terem sido construídos e um quarto parcialmente concluído.

O F-20 tinha alta performance, voava a Mach 2, podia disparar mísseis BVR como o AIM-7 Sparrow, tinha ECM e 97% de disponibilidade. Igualava o F-16 em taxa de curva, tinha baixo consumo de combustível (relativamente), aviônica digital, radar multimodo APG-67, INS, GPS, Tacan etc.

O F-20 chegou a ser oferecido ao Brasil e a Northrop trouxe até a Base Aérea de Santa Cruz o mock-up do cockpit para apreciação dos nossos pilotos.

Graças à turbina GE F404, o F-20 tinha 60% a mais de potência que o F-5E, melhorando a razão empuxo/peso de 1 para 1.13, o que fazia com que a performance dele igualasse a do F-16. O F-20 alcançava Mach 2 de velocidade (contra Mach 1.6 do F-5E) e subia até 40 mil pés, em apenas 1 minuto.

A capacidade de giro instantâneo aumentou 7% em relação ao F-5E, indo para 20 graus por segundo; o giro sustentado a Mach 0,8 e 15 mil pés de altitude subiu para 11,5 graus por segundo, bem próxima dos 12,8 graus do F-16. As razões de curvas em velocidades supersônicas eram 47% maiores que no F-5E.

O F-20 tinha um radar desenvolvido para ele, o APG-67 e podia disparar mísseis BVR AIM-7 Sparrow de guiagem semi-ativa. O protótipo do F-20 chegou a disparar o Sparrow antes que o F-16 o fizesse.

Quando estava sendo oferecido ao mercado internacional, o F-20 custava US$ 8 milhões por unidade, enquanto o F-16 custava US$ 15 milhões e o F-15, US$ 30 milhões. Segundo o fabricante, em serviço o F-20 consumia 53% menos de combustível, requeria menos 52% de homens/hora para manutenção, e tinha o custo de manutenção 63% menor que os caças de primeira linha da época.

F-20 e Chuck Yeager
Mockup do F-5G
Mockup do F-5G com casulo de canhão de 30mm sob a fuselagem e mísseis Maverick sob as asas
Os três protótipos do F-20 Tigershark em voo
O F-20 Tigershark na vertical
As belas linhas do F-20A
O F-20 lançando um míssil ar-ar BVR AIM-7F Sparrow
F-20 na Base Aérea de Edwards e o Space Shuttle Challenger ao fundo
O F-20A voando sobre o Mojave
F-20 com casulo buddy-buddy de reabastecimento em voo
Cockpit digital do F-20 Tigershark: para a época era o estado da arte
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