Saab oferece construir jatos Gripen na Índia com a Adani
O Saab AB da Suécia oferece construir seus aviões de combate Gripen na Índia com o conglomerado do bilionário Gautam Adani como parceiro, intensificando os esforços para conquistar um potencial contrato de US$ 25 bilhões que poderá ser o maior pedido de aviões de combate do mundo em disputa.
A colaboração com o parceiro indiano inclui o design, desenvolvimento e produção da aeronave Gripen para o país do sul da Ásia, juntamente com outros produtos de alta tecnologia, segundo os dois em uma declaração conjunta em Nova Deli na sexta-feira.
“Nossos planos na Índia são criar um novo ecossistema de defesa que envolva muitos parceiros, vendedores e fornecedores”, disse o presidente-executivo da Saab, Hakan Buskhe, a repórteres.
A empresa com sede em Estocolmo e a Lockheed Martin Corp. estão em uma disputa para fornecer aviões de combate à Força Aérea da Índia, que precisa aposentar um terço de sua frota de 650 unidades na próxima década após mais de 40 anos de uso. Mas o governo da Índia ainda não revelou quando fará um pedido ou quais são suas opções. Separadamente, a Marinha em janeiro convidou propostas para 57 jatos para seus porta-aviões.
Com a produção local em foco sob o programa “Make in India” do Primeiro Ministro Narendra Modi, a Saab está adoçando sua proposta e associando-se à Adani para enfrentar com o jato Gripen o F-16 Fighting Falcon de Lockheed. A empresa de defesa de Bethesda, Maryland, já ofereceu a fabricação de seu avião na Índia, em parceria com a Tata Advanced Systems Ltd.
Desde que chegou ao poder em 2014, Modi incentivou as empresas indianas a adquirir tecnologia e experiência através de parcerias com fornecedores estrangeiros. Ele também está buscando reduzir a dependência das importações, que atendem 60% das necessidades de defesa da nação. Em meio a tensões com os vizinhos do Paquistão e da China, sua administração planeja gastar US$ 250 bilhões em 2025 em hardware de defesa, incluindo aviões a jato, navios de guerra e drones.
Pedido
A Índia começou a procurar novos aviões de guerra em 2007, em uma concorrência que terminou com o governo querendo comprar 126 jatos Rafale da Dassault Aviation SA por US$ 11 bilhões. Com as negociações sobre as garantias de preço e qualidade, o governo posteriormente reduziu a encomenda para 36 jatos para acelerar o processo. A Índia não disse se abrirá uma nova concorrência para os aviões restantes ou precisará de mais.
A força aérea e a marinha do país exigem até 400 aviões de combate monomotores e bimotores, disse o governo.
A força aérea está buscando pelo menos 100 aviões em uma encomenda no valor de cerca de US$ 15 bilhões, enquanto a encomenda para os 57 aviões navais pode valer cerca de US$ 10 bilhões, de acordo com o Jane’s Information Services.
O Gripen de Saab teve um impulso no início deste ano, quando a Bulgária disse que favorece os jatos para substituir aeronaves antiquadas da era soviética.
FONTE: Bloomberg