Índia quer adquirir um segundo lote de 36 caças Rafale da França
A Força Aérea Indiana (IAF) está buscando fortemente adquirir outros 36 caças Rafale depois que receber os primeiros 36 jatos sob o mega contrato de Rs 59.000 crore (7,87 bilhões de euros) assinado com a França em setembro passado, enfatizando que o acordo “follow-on” custará cerca de 60% do preço original de aquisição e incorporação.
As fontes do Ministério da Defesa dizem que a IAF fez “algumas apresentações” sobre a necessidade operacional de adquirir 36 Rafales adicionais como parte de seus planos de longo prazo, com a força defendendo que os caças franceses se mostrarão muito mais baratos do que o caça de quinta geração proposto (FGFA) a ser desenvolvido com a Rússia.
“Mas nenhuma decisão final ainda foi tomada em relação aos 36 Rafales adicionais ou aos “FGFA”, disse uma fonte do MoD. Citando a “necessidade operacional crítica” da IAF, o governo de Modi fez no ano passado o acordo para os 36 Rafales, com seus pacotes de armas, suprimentos associados e logística, depois de cancelar o projeto MMRCA de US$ 20 bilhões que estava pendente e previa 126 caças.
Conforme relatado anteriormente pelo Times of India, o primeiro esquadrão de Rafale (18 jatos) será baseado em Hasimara (Bengala Ocidental) para atender à frente oriental com a China, enquanto o segundo ficará em Ambala (Haryana) para o oeste com o Paquistão. Os 36 aviões omnirole, que também podem lançar armas nucleares, estão programados para entrega de novembro de 2019 a meados de 2022.
A IAF disse ao MoD que a infra-estrutura das bases aéreas de Hasimara e Ambala pode acomodar dois esquadrões de Rafale cada. “Isso reduzirá os custos de incorporação dos 36 caças adicionais”, disse a fonte. Possuindo apenas 33 ou 34 esquadrões de combate quando pelo menos 42 a 44 são necessários para enfrentar a “ameaça colusiva” da China e do Paquistão, a IAF diz que os Rafales serão “uma grande dissuasão” com seus mísseis ar-ar Meteor (alcance de 150 km), mísseis de cruzeiro Scalp ar-solo (300 km) e outras armas.
Sublinhando “o primado do poder aéreo” na guerra moderna, a IAF disse ao MoD que o míssil Meteor com alcance além do visual é muito superior a qualquer míssil ar-ar dos caças chineses ou paquistaneses. O acordo original do Rafale, aliás, tinha recebido críticas agudas de certos setores devido aos enormes custos envolvidos. Um único caça custa cerca de Rs 700 crore (US$ 102,6 milhões). Mas o custo por unidade pronta para combate chega até Rs 1.640 crore (US$ 240,5 milhões) se o negócio global for levado em consideração, o que inclui um pacote de armas potente, todas as peças e custos para disponibilidade de frota de 75% e “suporte logístico baseado em desempenho” por cinco anos.
Enquanto isso, a IAF também está apoiando as aeronaves de combate leves autóctones Tejas, o caça monomotor com um alcance limitado de 400 km e uma carga de armas de 2,5 toneladas que pode ser usado principalmente para “defesa aérea” contra aviões inimigos. O Rafale bimotor, por sua vez, tem um alcance de combate muito mais longo de 780 km a 1.650 km, dependendo da missão, e pode carregar uma carga de armas de 9,3 toneladas.
Com 14 requisitos específicos da Índia, incluindo a capacidade de “início a frio” de regiões de alta altitude, o Rafale pode simultaneamente realizar missões de defesa aérea e ataque à superfície. O Rafale também tem um tempo de resposta mais rápido, capaz de realizar cinco surtidas em um dia. Os caças existentes na frota de combate da IAF, ao contrário, podem fazer apenas três surtidas no máximo.
FONTE: Times of India