CEO da KAI sul-coreana demite-se em meio a investigações de corrupção
SEUL — A Korea Aerospace Industries Co. (KAI), o único fabricante de aeronaves do país, disse na semana passada que o CEO da empresa demitiu-se depois que promotores invadiram escritórios com alegações de corrupção em grandes projetos de defesa.
O CEO da KAI, Ha Sung-yong, se ofereceu para deixar o cargo em uma reunião do conselho de administração. E a empresa organizará uma assembléia extraordinária de acionistas o mais rápido possível para selecionar seu sucessor, disse a KAI em um comunicado.
Há duas semanas, os promotores invadiram a sede da KAI em Sacheon, 437 quilômetros ao sul de Seul em seu escritório para reunir provas relacionadas a alegações de que a empresa inflou despesas para o desenvolvimento de aeronaves militares e introduziu ganhos ilícitos no processo.
Ha Sung-yong e vários funcionários da KAI foram impedidos de deixar o país na pendência da investigação. Espera-se que enfrentem questionamentos depois que a acusação termina de analisar os materiais apreendidos.
A KAI esteve envolvida em projetos de defesa de alto perfil para desenvolver o helicóptero utilitário Surion, o avião de treinamento supersônico T-50 Golden Eagle e a variante de ataque leve FA-50. Foi aprovada para desenvolver caças de próxima geração para a Força Aérea da Coreia do Sul a fim de substituir sua frota envelhecida de jatos F-4 e F-5.
Em 2015, os auditores estatais descobriram que a KAI teve lucros ilícitos no valor de 24 bilhões de won (US$ 21 milhões), manipulando os custos de desenvolvimento para o projeto do helicóptero utilitário Surion.
Em outra declaração, o CEO da KAI disse que os esforços em curso do país para exportar os jatos de treinamento T-50 para os Estados Unidos e desenvolver um avião de combate autóctone não devem ser afetados pela investigação.
Ha Sung-yong também disse que “dará uma explicação completa sobre as denúncias relatadas na próxima investigação”.
A KAI planeja licitar o programa da Força Aérea dos Estados Unidos, denominado T-X, para substituir a frota de 350 aviões treinadores T-38, um acordo no valor de US$ 16 bilhões.
A KAI está procurando fornecer uma versão atualizada do jato de treinador supersônico T-50 Golden Eagle desenvolvido em parceria com a Lockheed Martin. As duas empresas formaram um consórcio para vender o treinador avançado para os militares dos EUA em meio a uma feroz batalha com a equipe Boeing-Saab.
O acordo deverá ser concedido no final deste ano, representando um dos maiores contratos de defesa da década.
FONTE: Yonhap