Por David Cenciotti

Dois bombardeiros sírios Su-24 Fencer que pretendiam voar sobre uma área curda no nordeste da Síria, onde os Estados Unidos têm Forças de Operações Especiais operando, foram interceptados por caças F-22 e encorajados a deixar o espaço aéreo

Duas vezes nos últimos dias, jatos sírios executam ataques aéreos perto de onde os EUA têm forças especiais operando no nordeste da Síria, obrigando aeronaves da coalizão a interceptá-los.

Em 18 de agosto, jatos dos EUA foram enviados para interceptar os aviões de ataque sírios que estavam atacando alvos perto de Hasakah, para apoiar as forças do regime lutando contra as forças curdas da Síria. Cerca de 300 militares dos EUA operam na mesma área, treinando forças curdas que lutam contra o Daesh (Estado Islâmico).

Pilotos da Síria não responderam às chamadas de rádio feitas pelos curdos na frequência de emergência geral nem reconheceram chamadas tentadas pela coalizão no canal de segurança aérea usado para a comunicação com as aeronaves russas que operam sobre a Síria.

De qualquer forma, no momento em que os caças americanos chegaram à área, os aviões sírios já haviam escapado.

Su-24 sírio

Após este primeiro “encontro imediato” o Pentágono advertiu o regime de Assad a não voar ou realizar incursões na área onde as forças especiais americanas estão operando. No entanto, em 19 de agosto, dois Su-24 Fencer, tentaram novamente penetrar no espaço aéreo perto de Hasakah.

Desta vez, os dois aviões de ataque da Força Aérea Árabe Síria foram recebidos por jatos americanos F-22 Raptor (que provavelmente já operavam na mesma área fornecendo Combat Air Patrol).

Conforme relatado pela ABC, um funcionário dos EUA disse que a presença dos jatos americanos F-22 “encorajaram as aeronaves sírias a deixar o espaço aéreo sem mais incidentes. Os caças da coalizão não empregaram suas armas”.

Esta não é a primeira vez que a presença dos F-22 impede aeronaves militares estrangeiras de perseguir as forças dos EUA.

Em março de 2013, alguns meses depois de dois aviões de ataque Sukhoi Su-25 operados pelo Pasdaran (nome informal do IRGC – o Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica) tentarem derrubar um drone MQ-1 Predator americano que fazia um voo de vigilância de rotina em espaço aéreo internacional, o Pentágono decidiu escoltar os drones envolvidos em operações de ISR (Intelligence Surveillance Reconnaissance) com aviões de combate, incluindo os Raptors.

Em um episódio muito conhecido, um drone MQ-1 Predator americano foi interceptado por caças F-4E Phantom iranianos em espaço aéreo internacional. Caças F-22 Raptor que forneciam HVAAE (High Value Air Asset Escort) aproximaram-se por baixo dos jatos iranianos e apareceram de repente em sua ala esquerda e, em seguida, chamou-os pelo rádio com um famoso “you really ought to go home” (“você realmente deveria ir para casa”) que supostamente assustou os pilotos iranianos, que foram obrigados a deixar o drone.

FONTE: The Aviationist

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