Índia e Rússia voltam a negociar caças de 5ª geração e ‘Super Sukhois’

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Além das negociações retomadas com a Rússia, indianos também miram em outras soluções como o Tejas para fortalecer sua força de caças em declínio, assim como a definição do contrato do Rafale e de uma segunda linha de produção de caças de origem estrangeira

Reportagem do jornal Times of India publicada na última segunda-feira, 11 de julho, noticiou que indianos e russos finalmente voltaram a negociar grandes projetos que estavam parados. No caso, o desenvolvimento conjunto do avião de caça de quinta geração FGFA (fifth-generation fighter aircraft) e a modernização da frota de jatos Sukhoi Su-30MKI da Força Aérea Indiana, com novos aviônicos e armas para transformá-los em “Super Sukhois”.

O FGFA é a versão para a Força Aérea Indiana do novo caça russo Sukhoi T-50, também chamado de PAK FA. Segundo o jornal, o Ministério da Defesa da Índia está trabalhando para a assinatura, até o final deste ano, de um contrato final de projeto para pesquisa e desenvolvimento (P&D) do FGFA com a Rússia.

Permissão para voar – Sobre os avanços nas negociações, uma fonte (não identificada) do jornal afirmou que, “além da resolução de questões técnicas e de custo, a Rússia também concordou em permitir que pilotos de teste da Força Aérea Indiana voem seus protótipos (do PAK FA) agora.”

O contrato final de P&D entre os dois países estava em suspenso apesar da assinatura do primeiro acordo intergovernamental a respeito remontar a 2007, seguido por um contrato de projeto preliminar, estimado em 295 milhões de dólares, assinado em 2010.

127 caças por US$25 bilhões – Um novo contrato para execução ao longo dos próximos seis anos obrigará, segundo o jornal, o investimento de 8 bilhões de dólares em desenvolvimento de protótipos, testes e implantação da infraestrutura, a ser dividido igualmente (4 bilhões cada) entre Índia e Rússia.

Já o custo para produzir 127 aeronaves, que serão do tipo monoposto, com capacidade furtiva, supercruzeiro (voo supersônico sem acionamento de pós-combustores) e integração de múltiplos sensores, está estimado em 25 bilhões de dólares.

“Super Sukhoi” – Já a negociação para modernizar a frota de Su-30MKI estaria, conforme a reportagem, no contexto de iniciativas do Ministério da Defesa para garantir “máxima disponibilidade operacional” dos caças existentes. Para essa frota de jatos Sukhoi, já houve uma subida do índice de disponibilidade, de alarmantes 46%, para os atuais 60%.

O objetivo, segundo fonte do jornal, é alcançar um índice de 75%, o que se busca atingir aprimorando a manutenção e o suprimento de peças de reposição, por meio de negociações entre três partes: Rússia, HAL (estatal indiana de aviação, que produz localmente as aeronaves) e a Força Aérea Indiana. Essas discussões levaram à renovação do plano para modernizar os caças para “Super Sukhois”, com radares AESA (varredura eletrônica ativa) e mísseis de longo alcance. A fonte afirmou que “os requerimentos técnicos deverão ser finalizados neste ano, para assinatura de contrato no próximo”.

Rafale e outros caças – O jornal também menciona que Índia e França se aproximam da assinatura de um contrato para 36 caças Dassault Rafale, mas que esse número é insuficiente para brecar a queda no número de aviões de combate da Índia – hoje são 33 esquadrões de caça, frente ao número desejado de 42 para dissuadir tanto a China quanto o Paquistão, sendo que 11 esquadrões (um terço do total atual) está equipado com obsoletos caças MiG-21 e MiG-27, que precisam ser substituídos.

Parte das necessidades de reequipamento não cobertas pelo Rafale deverão ser atendidas pelo caça leve Tejas, desenvolvido localmente, e por uma segunda linha de produção de caças de quarta geração de origem estrangeira, a ser estabelecida na Índia. Disputam essa oportunidade empresas como as norte-americanas Lockheed Martin (F-16), Boeing (F/A-18 Super Hornet) e a sueca Saab (Gripen E).

FOTOS: Sukhoi, Dassault, Lockheed Martin, Boeing e Saab, em caráter meramente ilustrativo.

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