Testes para o congelamento aerodinâmico do KC-390 estão acontecendo em Campo Grande (MS)

Por Ten Gabrielli

Os moradores de Campo Grande (MS) têm acompanhado uma movimentação atípica nos céus da cidade: desde o último dia 13, o cargueiro KC-390 está na Base Aérea do município para uma campanha que deve seguir até o dia 9 de julho. Um dos testes mais esperados, o primeiro lançamento de paraquedistas aconteceu nesta terça-feira (21/06) e foi considerado um sucesso pelos envolvidos.

“Existia uma preocupação muito grande com a saída dos paraquedistas, pois trata-se de um fluxo aerodinâmico em torno de uma estrutura única no mundo. Felizmente, o retorno que recebemos dos militares foi muito positivo, relataram que a saída foi muito suave”, afirma o Coronel Cláudio Evangelista, gerente técnico do programa KC-390 na FAB.

O primeiro paraquedista a saltar do KC-390 foi o Comandante do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS), conhecido como PARA-SAR, Major Anderson Oliveira Schiavo. Além dele, outros 17 militares da Força Aérea Brasileira e do Exército Brasileiro realizaram salto livre a 12 mil pés de altitude (mais de 3,5 km), com saídas pela rampa e pelas portas laterais da aeronave. Para os próximos dias, estão previstos ensaios de salto enganchado.

“Achei que o salto foi muito satisfatório, pois a aeronave nos deu estabilidade; a trepidação é quase inexistente”, afirma o Major. O Capitão Ricardo Alcântara, do Exército, concorda. “O aspecto que senti a maior diferença em relação a outras aeronaves que operamos é o fato de o KC-390 ser muito mais estável”, disse.

Congelamento aerodinâmico – A campanha de testes faz parte do chamando congelamento aerodinâmico da aeronave. Ou seja, verificar a necessidade de modificações aerodinâmicas decorrentes de aspectos observados nos testes, de modo a definir o perfil externo final da aeronave.

Segundo o engenheiro André Gama, da Embraer, além do lançamento de paraquedistas, essa campanha inclui lançamento de cargas e verificação da estabilidade dos paraquedas extratores. Ele afirma que os testes devem servir, em primeiro lugar, para embasar o desenvolvimento da aeronave, mas que alguns serão utilizados também para a certificação do KC-390. “É praticamente um exercício de guerra. Em alguns dias, a campanha chega a ter o envolvimento de 200 pessoas, entre profissionais da Embraer e militares”, avalia Gama.

FONTE: Agência Força Aérea

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