Nota do Comando da Aeronáutica sobre a extinção do COMAR II
Prezado Alexandre Galante,
A respeito da notícia “Extinção do Segundo Comando Aéreo Regional (COMAR II)“, publicada no dia 8 de junho, é importante esclarecer alguns pontos sobre o processo de reestruturação da Força Aérea Brasileira (FAB) e a lotação de militares no estado de Pernambuco.
É certo que, conforme o projeto “Força Aérea 100”, voltado para o aprimoramento da gestão da Força Aérea Brasileira até o seu aniversário de 100 anos, daqui a 25 anos, haverá mudanças em unidades militares e também uma redistribuição de efetivos no território nacional. O foco será fortalecer a atividade-fim da instituição, que é a defesa do espaço aéreo, otimizando recursos e ampliando a presença onde se faz mais necessário.
Esse é um dever da Força Aérea Brasileira com todos os brasileiros para garantir a segurança do espaço aéreo e ajudar a coibir crimes como o tráfico internacional de drogas. Para isso, a redistribuição de efetivos é prevista na Estratégia Nacional de Defesa, que enxerga o papel atual e futuro das Forças Armadas brasileiras. De fato, a presença em cidades como Recife, Natal e Fortaleza remete à criação da FAB, em 1941, em meio da Segunda Guerra Mundial, com voltado para a chamada Batalha do Atlântico, diferente, portanto, do cenário estratégico do Século XXI.
Vale salientar, contudo, que a redução de efetivo no Recife não se dará conforme publicado pelo jornal Folha de Pernambuco.
Ao contrário do divulgado, o efetivo da Força Aérea Brasileira na cidade não é superior a sete mil servidores. Na realidade, este número se refere a todos os militares da área do Segundo Comando Aéreo Regional (II COMAR), que envolve os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Menos da metade deste número trabalha na capital pernambucana.
Além disso, o processo de reestruturação não irá afetar o Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), a maior unidade atualmente sediada no Recife. Também é previsto manter o Hospital de Aeronáutica e a Odontoclínica de Aeronáutica de Recife, unidades fundamentais para apoiar o contingente de militares da ativa e inativos que residem na região, além de dependentes e pensionistas. Da mesma forma, não haverá alterações nos efetivos sediados em Fernando de Noronha e em Petrolina.
A Base Aérea do Recife também não será desativada. O efetivo será reduzido, contudo, será mantida a capacidade de apoiar desdobramentos de unidades aéreas e todas as operações a serem realizadas na região. Áreas militares, como as ocupadas pelo Parque de Material de Aeronáutica do Recife, já desativado, deverão passar para administração de outros órgãos da União.
É importante salientar que essa transferência de área patrimonial viabilizará a ampliação do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre, algo primordial para alavancar o desenvolvimento de todo o estado de Pernambuco. Áreas também poderão ser cedidas para o poder público estadual e municipal, mediante permutas ou compensações.
Por fim, cabe ressaltar que a reestruturação da Força Aérea Brasileira atende às demandas de todos os brasileiros, que contarão com uma Força Aérea mais capacitada, mais operacional e ainda mais focada em servir à população.
Atenciosamente,
Brigadeiro do Ar Ary Soares Mesquita
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica